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Por Ricardo Lima
Um estudo elaborado pela Coalizão Minerais Essenciais indica que o setor de mineração brasileiro pode reduzir até 90% de suas emissões de carbono até 2050. O levantamento foi apresentado nesta quinta-feira (9) ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, e mostra também o potencial da mineração nacional em apoiar a descarbonização global e o avanço da transição energética.
A iniciativa é liderada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), pela Vale e pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), reunindo 15 entidades e empresas do setor.
Mineração e transição energética
O estudo ressalta que o Brasil está estrategicamente posicionado na corrida pela transição energética global. O país possui ampla diversidade geológica, matriz elétrica majoritariamente renovável e um setor mineral consolidado. Esses fatores, segundo o relatório, permitem que a mineração nacional atue como um dos pilares da descarbonização mundial.
Para Marina Grossi, presidente do CEBDS, a iniciativa reflete o esforço coletivo que deve marcar a COP30. Ela destacou que “as coalizões simbolizam o espírito de mutirão que a COP30 inspira: empresas, governo e sociedade civil atuando juntos, de forma colaborativa e pré-competitiva, para construir consensos setoriais e soluções alinhadas à ciência”. Grossi afirmou ainda que o objetivo é transformar o estudo em prática, observando que “a Coalizão de Minerais assume papel estratégico ao propor caminhos concretos para descarbonizar sua cadeia e apoiar a transição energética global”.
O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, reforçou a importância da participação do setor privado. Ele disse que, para a companhia, “é um orgulho coliderar essa iniciativa”, e ressaltou o papel do Brasil no cenário global. “O país tem enorme potencial de produção de minerais de transição energética, além de ser um dos maiores produtores de minério de ferro de alta qualidade, essencial para a descarbonização da siderurgia”, afirmou.
Raul Jungmann, presidente do IBRAM, também destacou o peso do setor mineral brasileiro.
“O relatório mostra que a mineração é um pilar essencial da solução para a crise climática”
Raul Jungmann – Presidente do IBRAM
Observando que o Brasil tem “diversidade geológica e uma matriz elétrica limpa” e que “estamos prontos para fornecer os minerais que o mundo precisa para construir uma economia de baixo carbono”.
O estudo apresenta cinco “alavancas” para atingir as metas de redução: eficiência energética; uso de biocombustíveis; ampliação da energia renovável; eletrificação de frotas e equipamentos; e recuperação de áreas degradadas para neutralizar emissões residuais.
Além disso, o documento aponta que o país pode dobrar a produção de minerais essenciais à transição energética, como cobre, níquel, bauxita, lítio e terras raras, até 2050 — contribuindo para uma redução de até 300 milhões de toneladas de CO₂ por ano, o equivalente às emissões combinadas dos estados de São Paulo e Minas Gerais em 2023.














