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Por Ricardo Lima
A atividade mineradora no distrito de Pataz, localizado no norte do Peru, será interrompida por um período inicial de 30 dias. É o que revela a Reuters. A decisão foi anunciada pela presidente Dina Boluarte nesta segunda-feira, após a confirmação da morte de 13 trabalhadores ligados a uma empresa contratada pela mineradora Poderosa. As vítimas teriam sido sequestradas e assassinadas por grupos ligados à mineração ilegal, que atuam na região.
Medidas emergenciais e reforço da segurança
Como parte da resposta do governo, será implementado um toque de recolher entre 18h e 6h, além da instalação de uma base militar permanente na área. “As Forças Armadas assumirão o controle da área onde a Poderosa opera”, declarou Boluarte durante o pronunciamento. A presença militar já era significativa na região, que se encontrava em estado de emergência devido a ataques constantes contra operações formais de mineração.
A mineradora Poderosa confirmou no domingo (5) que os corpos dos trabalhadores foram localizados e recolhidos pela polícia. As vítimas faziam parte de uma empresa parceira, contratada para atuar em operações sob responsabilidade da Poderosa.
Violência crescente e disputa por território
De acordo com a empresa, ao menos 40 pessoas, entre empreiteiros e garimpeiros, foram assassinadas nos últimos meses em Pataz, em ações atribuídas a facções criminosas que disputam o controle da mineração ilegal. A ocupação dessas áreas por mineradores irregulares vem se intensificando desde 2020, especialmente em zonas antes controladas pela própria Poderosa.
O ministro da mineração e energia do país, Morge Montoro, não descartou a possibilidade de estender a paralisação das atividades. “A pausa de 30 dias pode ser prorrogada”, afirmou.
Apesar de o Peru ser o terceiro maior produtor de cobre do mundo, suas principais jazidas estão concentradas no sul do território. Já o norte do país é uma região tradicionalmente voltada à extração de ouro e prata, o que intensifica os conflitos pelo controle das minas.