O Brasil segue atraindo atenção do setor privado por seu potencial em minerais estratégicos como lítio, terras raras, níquel e cobre. Apesar disso, o capital de investimento das mineradoras ainda se concentra em segmentos consolidados, como minério de ferro e ouro. Para 2025, mineradoras no Brasil possuem planos de investimentos expressivos.
Vale e CSN Mineração ampliam foco em minério de ferro
A Vale, maior mineradora do Brasil, revisou seu capex para 2025 para US$ 5,9 bilhões, abaixo dos US$ 6,5 bilhões estimados anteriormente. O recuo foi impulsionado por ganhos de eficiência nos projetos, afetando principalmente o segmento de metais básicos (níquel e cobre), que terá US$ 2 bilhões em investimentos, inferior aos US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões inicialmente previstos. Já o minério de ferro receberá US$ 3,9 bilhões, mantendo a média dos anos anteriores.
Entre os principais projetos em andamento estão: Serra Sul (20 Mt/a), com previsão de operação em 2026; Capanema (18 Mt/a), que entra em operação em 2025; a segunda planta de briquetes de Tubarão (6 Mt/a), prevista para este ano; e manutenção na britagem do S11D (50 Mt/a), programada para 2026. Em níquel, está em implantação um segundo forno na mina Onça Puma (PA), com capacidade adicional de até 15 mil t/ano.
Já a CSN Mineração, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional, prevê investir entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões em 2025, intensificando aportes no projeto Itabirito P15 (Casa de Pedra), em Minas Gerais. Com início de produção previsto para 2027, o projeto deve adicionar 15 Mt/ano à produção e elevar o teor de ferro de 58% para 65% até 2028. O plano da empresa até 2030 envolve R$ 13,2 bilhões, incluindo melhorias no terminal portuário Tecar, em Itaguaí (RJ).
Outras mineradoras
A Nexa Resources, controlada pelo grupo Votorantim, definiu um capex de US$ 347 milhões para 2025, acima dos US$ 277 milhões de 2024. Deste total, US$ 316 milhões serão destinados a projetos sustentáveis, com destaque para sistemas de bombeamento de rejeitos no Peru e expansão da filtragem de rejeitos em Aripuanã (MT). A empresa também direcionará US$ 70 milhões à exploração mineral, com foco em novas jazidas e atualização de recursos.
A Anglo American investirá US$ 300 milhões em seu complexo Minas-Rio, principalmente na instalação de colunas de flotação de recleaners, que devem aumentar o rendimento da produção em 2,8 Mt/ano entre 2028 e 2040. Para 2025, estão previstos menos de US$ 100 milhões. A mineradora também reforçou sua atuação em minério de ferro no Brasil após vender suas operações de níquel para a chinesa MMG por US$ 500 milhões.
A Equinox Gold, com sede no Canadá, prevê US$ 310 milhões em despesas de manutenção e US$ 102 milhões em investimentos não sustentáveis para 2025. No Brasil, os ativos receberão US$ 142 milhões para manutenção e US$ 51 milhões para novos projetos. Os aportes cobrem desde programas de decapeamento até melhorias em barragens de rejeitos e aquisição de equipamentos.
A também canadense Aura Minerals anunciou um plano de capex entre US$ 149 milhões e US$ 167 milhões, inferior aos US$ 181 milhões de 2024. A redução reflete a conclusão de grandes aportes no projeto Borborema (RN). Em 2025, a empresa destinará até US$ 106 milhões para novos projetos, entre US$ 10 milhões e US$ 13 milhões para exploração — com foco em Matupá (MT) — e até US$ 47 milhões para manutenção de ativos como Apoena, Minosa e Borborema.