A mineradora Serra Verde, controlada pela Denham Capital, deu início ao comissionamento da primeira fase de operações em seu depósito de terras raras, localizado em Goiás, centro-oeste do Brasil. Com um investimento de US$ 150 milhões em janeiro, a empresa planeja iniciar a produção comercial até o final do ano.
A mineradora Serra Verde, controlada pela firma de investimentos global Denham Capital, começou a comissionar a primeira fase das operações em seu depósito de terras raras Pela Ema, no estado de Goiás, no centro-oeste do país.
Com a injeção de capital de US$ 150 milhões em janeiro, a Serra Verde está avançando no projeto e planeja iniciar a produção comercial até o final do ano.
Uma vez operacional, a mina Pela Ema produzirá um concentrado mineral exclusivo contendo uma combinação de alto valor de terras raras magnéticas pesadas e leves. Neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy) serão os principais elementos, correspondendo a mais de 85% do valor do concentrado.
Esses elementos são cruciais na fabricação de ímãs permanentes utilizados em veículos elétricos (EVs), geradores de turbinas eólicas e outras tecnologias verdes.
O CEO da Serra Verde, Thras Moraitis, afirmou que a mina tem potencial para ser um importante ponto de partida para a diversificação das cadeias de suprimentos do setor de ímãs permanentes.
A empresa já está explorando opções de crescimento, como melhorar as recuperações e acelerar a expansão potencial da Fase II do depósito de Pela Ema.
A operação inicial da mina terá capacidade para produzir pelo menos 5.000 toneladas por ano de óxido de terras raras ao longo de uma vida útil de 25 anos. A Serra Verde também prevê aumentar significativamente a capacidade, podendo dobrar a produção de minério até o final da década.
Mineradora Serra Verde
Ao contrário de muitos produtores de terras raras de rocha dura, os depósitos de argila iônica, como o da Serra Verde, são atraentes devido às técnicas de mineração a céu aberto de baixo custo que podem ser aplicadas para extrair os quatro elementos magnéticos.
A empresa destaca que essas terras raras podem ser processadas com tecnologias simples e estabelecidas, sem o uso de produtos químicos perigosos, resultando em custos operacionais mais baixos e em credenciais ambientais, sociais e de governança (ESG) positivas.
A Serra Verde ressalta que sua operação no Brasil será a primeira escala fora da Ásia a produzir os quatro elementos magnéticos essenciais para a indústria. Atualmente, a China detém quase o monopólio do processamento das terras raras, fornecendo cerca de 90% delas.
Mick Davis, ex-chefe da Xstrata, assumiu a presidência da Serra Verde em janeiro, após o investimento feito pela Vision Blue Resources (VBR), sua empresa de investimentos em metais para baterias.