por Fernando Moreira de Souza
A Cedro agora possui um porto e isso garante à companhia o escoamento de seu minério, enquanto grandes mineradoras investem no aumento da produção e faz crescer o risco de um afunilamento logístico.
O projeto de Kallas tem de R$ 2,8 bilhões a R$ 3 bilhões como investimento para construir um novo porto, capaz de movimentar 25 milhões de toneladas por ano e com a previsão de ficar pronto em três anos.
Atualmente a Cedro tem investido no aumento da capacidade de produção, saindo de 7 para 22 milhões de toneladas anuais até 2028, mais um capex de R$ 4 bilhões e escoamento para o minério de outras empresas.
A Cedro é hoje uma mineradora de médio porte, 70% de sua produção é vendida para os players de grande porte, como Vale e CSN, essas empresas exportam os produtos através dos seus próprios portos.
Por conta de uma demanda crescente na exportação, Kallas acredita que em três anos os portos das grandes mineradoras cheguem na capacidade máxima.
“Com isso acontecendo, eles dariam preferência ao minério deles, e eu ficaria sem ter como vender a minha produção. O receio nosso era fazer o investimento para crescer e não ter como escoar, tendo o meu porto, eu continuo vendendo para eles e ainda ofereço a saída logística.” Explicou Kallas.
A Cedro arrematou a “área do meio” de Itaguaí, com cerca de 250 mil metros quadrados, localizada entre os terminais da Vale e da CSN, termina o ano de 2024 tendo faturado R$ 2,5 bilhões e um resultado perto de R$ 700 milhões e é a primeira mineradora de médio porte, entre as seis maiores do país, a ter um porto próprio.
Com o terminal, que será ligado ao Quadrilátero Ferrífero de Minas por uma ferrovia já existente da MRS Logística, a Cedro passa a exportar. O esperado é que dois terços da movimentação do porto movimente sua própria produção e um terço movimente a produção de outras empresas. Cerca de 20% dos 22 milhões de toneladas produzidos por ano, a partir de 2028, ficarão no mercado interno.