Declaração do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) durante abertura da Exposibram reflete um novo momento do setor. Fala foi corroborada pelo executivo da Vale, Alexandre D’Ambrósio. Segundo ele, mineradora busca “reparação integral” pelo que aconteceu em Brumadinho.
Warley Pereira
Raul Jungmann disse que o setor aprendeu com erros do passado, se referindo aos desastres de Brumadinho e Mariana. “Nós aprendemos com nossos erros, duros erros, sofridos erros, mas aprendemos. Eu espero por longuíssimo tempo, a gente tenha acidente zero no que diz respeito às nossas barragens. Isso como respeito, com consideração daqueles que se foram, infelizmente, nos acidentes que ocorreram. Nós temos um compromisso com a segurança”, disse Jungmann.
Jungmann citou que o país tem uma das melhores regulações sobre barragens do mundo. “Hoje nós temos novas regras. Temos preocupações que nos colocam dentro das melhores regulações do mundo.”
Obrigação de deixar um legado positivo
Aexandre D’Ambrósio, vice-presidente de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, disse que a mineradora busca “reparação integral” pelo acidente em Brumadinho. “O setor vem buscando mudar sua forma de operar. Temos obrigação de deixar um legado positivo.”
O executivo comentou ainda que a mineradora busca desempenho de sua produção de forma mais segura e eficiente para gerar valor para comunidades, empregados e investidores. “A inovação para a Vale é uma alavanca para construirmos uma mineração cada vez mais responsável, sustentável, mantendo pessoas e natureza no centro de nossa estratégia.”
D’Ambrósio acredita que o setor da mineração tem muito a contribuir para o desenvolvimento do Brasil, sobretudo, fortalecendo a posição do país na liderança da transição energética e descarbonização.
“Estamos na direção correta, oferecendo produtos essenciais para a tecnologia verde, promovendo uma neoindustrialização, vou usar as palavras do vice-presidente Geraldo Alckmin, com foco em uma economia de baixo carbono.”
No entanto, D’Ambrósio afirmou que o setor enfrenta desafios com questões tributárias, regulatórias, de segurança jurídica e garimpo ilegal. “É um grande desafio, uma ameaça não só para a reputação do nosso setor, mas para o nosso país”, afirmou.