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por Fernando Moreira de Souza
Durante visita oficial à Rússia nesta quinta-feira (8), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou o interesse brasileiro em ampliar a cooperação com empresas estatais russas nos setores de energia nuclear, mineração de baixo impacto ambiental e tecnologias ligadas à transição energética.
A agenda faz parte da estratégia do governo federal de posicionar o Brasil como uma liderança internacional na cadeia de energia limpa, segura e inovadora, por meio da valorização dos recursos naturais, atração de capital estrangeiro e incorporação de soluções tecnológicas.
Silveira integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também visitará a China. No mês anterior, o ministro já havia se reunido com autoridades chinesas para tratar de iniciativas voltadas à mobilidade elétrica, produção de baterias e implantação de data centers.
Em encontro com representantes da Tenex, subsidiária da estatal russa Rosatom, Silveira ressaltou o compromisso brasileiro com uma matriz energética diversa e sustentável, além do aproveitamento estratégico de minerais como urânio e lítio.
“O Brasil tem investido na reestruturação de sua matriz energética, priorizando a estabilidade e a sustentabilidade, pilares essenciais da política energética do governo Lula”, afirmou. Ele também destacou que o país possui grandes reservas de urânio e capacidade para liderar o setor em nível global. “Essa colaboração com a Tenex pode acelerar a produção nacional e contribuir significativamente para a descarbonização da nossa economia.”
Durante a reunião, o potencial do Vale do Jequitinhonha (MG) foi citado como destaque. A região vem sendo estruturada como polo nacional de produção de lítio, mineral essencial para o armazenamento de energia e tecnologias verdes.
Recursos estratégicos e projeção internacional
Estima-se que o Brasil detenha cerca de 280 mil toneladas de urânio, o que o coloca entre os países com maiores reservas do mundo. Além disso, o país figura entre os seis principais produtores globais de lítio e possui a oitava maior reserva conhecida desse mineral.
O CEO da Tenex, Sergey Polgorodnik, sinalizou a disposição da estatal russa em ampliar a colaboração bilateral. “Estamos comprometidos com parcerias estratégicas com o Brasil em setores como energia nuclear, minerais críticos e desenvolvimento tecnológico”, disse. Ele também ressaltou a importância da continuidade do diálogo técnico entre os dois países.
O reforço dessa aliança com a Rússia integra os esforços do Ministério de Minas e Energia para expandir a presença brasileira em cadeias globais de valor no setor energético, fortalecendo a soberania e estimulando a inovação sustentável.