A Vale deu início às obras de descaracterização das barragens Grupo e Área IX, ambas localizadas na mina Fábrica, em Ouro Preto (MG). Com essas, 8 das 18 estruturas a montante da empresa que ainda serão eliminadas já tiveram as obras iniciadas.
Desde 2019, das 30 estruturas previstas, 12 já foram eliminadas, o que equivale a 40% do total. A previsão da Vale é concluir a eliminação da 13ª estrutura neste ano, que será o Dique 2 do Sistema Pontal, localizado na Mina Cauê, em Itabira (MG).
As atividades para descaracterização da barragem Grupo começaram em abril, com previsão de conclusão dos trabalhos para 2025. A estrutura já estava inativa desde 2019 e passou por uma campanha de testes e investigações geotécnicas para aumentar a segurança durante a fase de obras.
O conteúdo do reservatório será removido, bem como os alteamentos a montante até o dique de partida da estrutura. A atividade está sendo executada por meio de equipamentos operados remotamente, garantindo a segurança dos trabalhadores. Ao todo, 200 empregos devem ser gerados durante o processo, a maioria na região.
Barragens da Vale
Já na barragem Área IX, as obras começaram nesta semana e serão executadas por equipamentos convencionais, uma vez que a estrutura tem Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva vigente e não há moradores na sua Zona de Autossalvamento (ZAS). A estrutura passará por obra de reforço e, posteriormente, será realizada a remoção parcial do seu conteúdo. A previsão é concluir a descaracterização em 2024, gerando em torno de 80 empregos.
Todas as barragens a montante da Vale no Brasil estão inativas e são monitoradas permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) da empresa, além de passarem por inspeções rotineiras de equipes internas e externas.
A Vale já investiu cerca de R$ 5,8 bilhões no Programa de Descaracterização. O objetivo é eliminar todas as estruturas deste tipo do Brasil, uma das principais ações da empresa para evitar rompimentos como o de Brumadinho.
De acordo com a Vale, as obras são complexas e trazem riscos. Por isso, as soluções são customizadas para cada estrutura e estão sendo realizadas de forma cautelosa, tendo como prioridade a segurança das pessoas, a redução dos riscos e os cuidados com o meio ambiente.
As ações implementadas nessas estruturas são objeto de avaliação e acompanhamento pelas assessorias técnicas independentes, que fazem parte dos Termos de Compromisso firmados com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) e Estado de Minas Gerais.