A Serra Verde Pesquisa e Mineração (SVPM), que desenvolve uma operação integrada de mineração e processamento de elementos de terras raras (ETRs) em Minaçu (GO), para produzir um concentrado misto desses elementos, anunciou nesta sexta-feira (22/12), que recebeu a licença de operação ambiental (LO) da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (SEMAD) para iniciar a Fase I do depósito Pela Ema, em Minaçu.
O recebimento da LO significa que a Serra Verde recebeu todas as aprovações regulatórias necessárias para operar seu empreendimento, podendo, a partir de agora, concluir o comissionamento e colocar em operação, até o fim deste ano, a Fase I da mina e da planta de processamento, dando início à produção comercial.
Os principais marcos de comissionamento incluirão o início do circuito de processamento, a instalação de rejeitos empilhados a seco e a conexão à rede elétrica, abastecida em 100% com energia renovável.
Em operação, a Serra Verde produzirá um concentrado mineral único, contendo uma combinação de alto valor de ETRs pesados e leves, incluindo neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy), dotados de propriedades magnéticas críticas.
Os elementos de terras raras são essenciais para a fabricação de ímãs permanentes de alta potência, utilizados em motores de veículos elétricos e geradores de turbinas eólicas.
Segundo a mineradora, o objetivo é ser o fornecedor de materiais de terras raras mais sustentável do mundo e, para tanto, sua operação será de acordo com os mais altos padrões ambientais, em conformidade com os requisitos da licença expedida pela SEMAD, quanto com as melhores práticas internacionais.
Na lavra de seu depósito de argilas iônicas, a mineradora utilizará técnicas de mineração a céu-aberto, de baixo risco operacional, empregando, no tratamento do minério extraído, tecnologias de processamento simples e bem estabelecidas, sem a utilização de produtos químicos perigosos, obtendo assim, custos operacionais mais baixos e padrões superiores de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG).
A mineradora espera que a Fase I do Projeto Pela Ema produza, pelo menos, 5 mil toneladas por ano de óxido de terras raras, ao longo de uma vida útil de 25 anos da mina. A empresa já tem contratos de compra para uma grande parte da produção planejada.
A Serra Verde disse também que existe um potencial para aumentar a capacidade de produção, por meio da otimização da planta e que possui recursos para permitir uma expansão da produção, que poderá ser duplicada até o final desta década.
“Estamos entusiasmados em receber esta licença final, o que significa que a Serra Verde poderá se tornar o primeiro produtor relevante, fora da Ásia, de todas as quatro terras raras essenciais para a produção de ímãs permanentes de alta potência, apoiando o esforço mundial para a transição energética. A Serra Verde será um ativo estratégico na cadeia de valor global de ímãs permanentes por muitos anos”, disse Thras Moraitis, CEO da mineradora.
O executivo disse ainda que se sente também de agradeceu às autoridades de Goiás e Minaçu e, principalmente, às comunidades locais pelo apoio e interesse no projeto. “Estamos ansiosos por consolidar nosso papel relevante na economia regional e, hoje, com a construção quase concluída, o comissionamento bem encaminhado e todas as licenças recebidas, podemos olhar para o futuro com confiança”.
Contextualizando
A Serra Verde será a primeira operação em escala fora da Ásia a produzir todos os quatro elementos de terras raras magnéticos críticos, essenciais para a fabricação de ímãs permanentes usados em motores de veículos elétricos e geradores de turbinas eólicas.
Isto faz de Pela Ema um ativo estratégico nas cadeias de valor globais de produção de ímãs. Espera-se que os quatro ETRs, para os quais a procura está crescendo, constituam a grande maioria do valor do concentrado de Serra Verde. Amostras concentradas do depósito de longa vida de Serra Verde já foram amplamente testadas e aceitas pelos principais clientes, com acordos de retirada estabelecidos para uma grande proporção da produção inicial planejada.