Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
Por Ricardo Lima
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a Vale desembolsou R$ 50 milhões para adquirir direitos minerários sobre uma área de 3.818 hectares em Canaã dos Carajás (PA), dentro da Mina do Sossego. Apesar do pagamento, a mineradora ainda não conseguiu assegurar o controle da região, essencial para expandir uma de suas principais bases de produção de cobre no Brasil. O contrato foi firmado com a GB Locadora de Equipamentos e Construções, empresa goiana sem histórico no setor mineral, que passou a deter o título após a Vale perder prazo de renovação junto à Agência Nacional de Mineração (ANM).
O negócio ganhou contornos mais complexos quando a Peroza Administração e Participações, controlada por Andressa Mendonça, ex-esposa de Carlinhos Cachoeira, passou a reivindicar parte do valor. A empresária afirma que sua companhia financiou custos técnicos e jurídicos que permitiram à GB manter os direitos minerários e, por contrato, teria direito a um terço do pagamento recebido da Vale. Sem repasse, Andressa acionou a Justiça de Goiás pedindo 33,3% dos R$ 50 milhões, além de participação futura em eventual exploração. A disputa colocou em xeque a conclusão da transação.
Disputa na Justiça
Enquanto a Vale e a GB tentam homologar a transferência do direito minerário junto à ANM, a ação movida pela Peroza mantém a operação paralisada. O caso também tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), onde a mineradora busca reverter decisões anteriores que favoreceram a GB.
Na prática, o investimento da Vale permanece bloqueado: a companhia pagou pelo direito, mas não tem garantias efetivas de posse da área. Procurada por reportagem da Folha de S. Paulo, a Vale informou apenas que adquiriu um direito minerário em fase de pesquisa exploratória, sem comentar os termos do acordo por questões de confidencialidade. A empresa reforçou que cumpre todas as exigências legais e regulatórias.