O setor de alumínio do Brasil tem expectativas de retomar sua posição como um dos maiores produtores globais do metal neste ano, saindo da 12ª para a 9ª posição no ranking mundial. Isso se deve, principalmente, à retomada das operações do consórcio Alumar, localizado no Maranhão, que estavam paralisadas desde 2015.
Segundo o relatório anual da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), publicado recentemente, o Brasil superaria países como Estados Unidos, Malásia e Arábia Saudita. Além disso, no futuro, há a possibilidade de alcançar o 8º lugar, atualmente ocupado pela Noruega, que produz 1,4 milhão de toneladas de alumínio primário por ano. A China permanece como líder global, com uma produção de 40 milhões de toneladas do metal em 2022.
No ano passado, as empresas de metal primário no Brasil produziram 811 mil toneladas, um aumento de 5,1% em relação ao ano anterior, impulsionado pela retomada da produção da Alumar. Esse desempenho colocou o Brasil novamente na condição de autossuficiência na produção de alumínio primário para abastecer a indústria de produtos transformados.
Alumínio no Brasil
O consórcio Alumar, operado pela Alcoa e pela South32, deverá atingir ou se aproximar de sua capacidade plena de 447 mil toneladas por ano em 2023. No primeiro ano de retomada gradual dos fornos, em 2022, foram produzidas 59,6 mil toneladas, sendo 35,7 mil da Alcoa (proprietária de 60% da unidade) e 23,9 mil da empresa australiana.
O Brasil possui uma capacidade instalada total de 1,4 milhão de toneladas por ano nas três empresas que produzem alumínio no país: CBA, Albras e Alumar. As fundições do metal estão localizadas em Alumínio (SP), Barcarena (PA) e São Luís, respectivamente.
A indústria brasileira do alumínio se destaca pela integração da cadeia produtiva, desde a bauxita até o produto final, além de contar com a contribuição de 59% de metal reciclado no suprimento de matéria-prima para as indústrias transformadoras. Isso proporciona uma maior segurança de abastecimento e menor dependência externa em tempos de crise, como afirmou Janaína Donas, presidente-executiva da Abal.
A Abal considera que o setor encerrou 2022 de forma positiva, apesar da queda no consumo de produtos de alumínio. Destaca-se a recuperação da autossuficiência na produção de metal primário, o aumento da participação da reciclagem no suprimento e as medidas compensatórias implementadas pelo governo para combater a importação de produtos chineses subsidiados.
O investimento no setor, tanto por grupos nacionais quanto estrangeiros, continua em alta. Estão previstos investimentos totais de R$ 30 bilhões até 2025, abrangendo diversos segmentos, incluindo a mineração de bauxita. O setor encerrou o ano passado com um faturamento de R$ 140 bilhões, um aumento de 14% em relação a 2021, e um investimento bruto de R$ 1,9 bilhão.
Com o consumo total de produtos transformados alcançando 1,53 milhão de toneladas, o consumo médio per capita no ano foi de 7,5 quilos. Esses números refletem a importância e o crescimento do setor de alumínio no Brasil.
*Com informações de Valor Econômico
- Leia também: Gerdau é a única produtora de aço em Ranking de ESG