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Por Ricardo Lima
A Rio Tinto intensificou seus investimentos em lítio e mira uma posição de liderança global na produção do metal, essencial para baterias e a transição energética. Segundo o CEO Jakob Stausholm, os salares da Argentina, Chile e Bolívia oferecem as condições ideais para projetos eficientes e competitivos. Informações segundo agência Mining.com.
Durante conferência do Bank of America, o executivo destacou que a região “oferece os menores custos e os recursos de maior qualidade do mundo” para o setor. Ele considera o Triângulo do Lítio sul-americano a melhor aposta para atender à crescente demanda global.
Projeto na Argentina e tecnologia validada
A empresa está aplicando US$ 2,5 bilhões na ampliação do projeto Rincon, na Argentina, com meta de atingir 60 mil toneladas por ano até 2028. A estratégia inclui a adoção da extração direta de lítio (DLE), método considerado mais limpo e eficiente. Stausholm afirmou que a tecnologia “já foi testada e aprovada” em planta piloto e, com a compra da Arcadium Lithium, a companhia agora opera com “28 anos de experiência consolidada”.
Com a incorporação da Arcadium — adquirida por US$ 6,7 bilhões — a Rio Tinto também passou a controlar ativos em vários continentes, reforçando sua presença em um mercado dominado por gigantes do setor automotivo, como Tesla e BMW.
O executivo destacou ainda o papel do novo regime de incentivo a grandes investimentos (RIGI), aprovado na Argentina, que traz segurança jurídica e estabilidade para investidores. Ele afirmou que a medida “é um divisor de águas” e sinaliza que o país “está no caminho certo” com apoio do FMI e fim antecipado de controles cambiais.
Aposta na competitividade
Fora da América do Sul, a Rio Tinto tenta retomar o projeto Jadar, na Sérvia, suspenso em 2022 por pressão ambiental. Embora a licença tenha sido restituída em julho, ainda faltam autorizações ambientais e de construção. A proposta de lei que proíbe a mineração de lítio no país segue em discussão no Parlamento.
Apesar disso, o projeto pode ganhar novo fôlego. A União Europeia planeja abrir um novo processo para incluir projetos estratégicos externos, o que pode permitir à Rio Tinto acessar financiamentos europeus — ainda que sem os benefícios completos reservados aos empreendimentos dentro do bloco.
Com previsão de produzir 58 mil toneladas de lítio refinado por ano, Jadar teria capacidade para abastecer 90% da demanda atual da Europa. Ainda assim, Stausholm reforça que a empresa mantém foco em fundamentos: segundo ele, a prioridade é garantir uma posição competitiva e manter-se “na base da curva de custos”, independentemente das flutuações de preço do mercado.