O engenheiro de minas Porfirio Cabaleiro um dos principais especialistas em urânio no país, tendo atuando em projetos estratégicos ligados à mineração e ao setor nuclear brasileiro destaca a importância do seminário, que na sua avaliação foi realizado em um momento oportuno, em que se discute no contexto da transição a retomada do programa nuclear brasileiro para produzir energia limpa e de baixo carbono.
“Fico contente desse movimento de novo entrando em pauta, que acho muito importante para o Brasil e para o mundo”. Segundo ele, as discussões do seminário que teve a presença de palestrantes com profundo conhecimento trouxe muita novidade e esperança para o setor urânio no Brasil.
Porfírio, hoje é sócio da GE21, Consultório Mineral, que atua em diversas etapas de empreendimentos de mineração no país. Ele conhece como poucos o mercado de mineração de urânio brasileiro. Participou ativamente da implantação e operação da mina de urânio de Poços de Caldas (MG), a primeira no país, e depois da mina Lagoa Real, (BA), que é a principal fonte de urânio no Brasil, responsável por abastecer as usinas de Angra (RJ).
GE 21 de olho na mineração Argentina
Ele comentou ao Minera Brasil a entrada da GE 21 no setor de mineração Argentino, onde já vinha colaborando em alguns projetos. A empresa acaba de anunciar abertura de uma filial em Buenos Aires porque acredita que a Argentina deve receber grandes investimentos devido às suas significativas reservas minerais e ambiente favorável para novos projetos.
É de olho no potencial que o setor de mineração argentino pode oferecer, a GE21 deu um passo decisivo em sua estratégia de atuação internacional. “É uma alegria muito grande poder abrir na América do Sul, em um país irmão, que é a Argentina, que está numa crescente e numa revolução interna econômica muito importante. Eu acho que ela vai ser a origem ou destino de grande capital e investimento em mineração no mundo”, avalia Porfirio
O seminário realizado em Brasília no dia 5 de dezembro abordou os desafios e as perspectivas para a mineração de urânio no Brasil, com destaque para questões regulatórias e oportunidades de mercado. Promovido pela Comissão de Direito Minerário da OAB-DF e a Agência Minera Brasil contou com a participação de autoridades, especialistas do setor nuclear e de mineração, além de representantes de empresas e instituições públicas.
A regulamentação da Lei 14.514/2022, que permite maior participação privada no setor, além da relevância de parcerias público-privadas para impulsionar investimentos e promover um ambiente regulatório eficiente foi um dos temas debatidos por especialistas, que também discutiram as possibilidades de o Brasil expandir sua liderança no mercado global de urânio, considerando suas grandes reservas e a crescente demanda por energia limpa.
A programação incluiu debates sobre o papel da INB, desafios legais para flexibilizar o monopólio estatal, e o impacto dos minerais nucleares na transição energética global. A INB apresentou o projeto Santa Quitéria, como exemplo parceria público privada que pode impulsionar setores de mineração e nuclear.