O engenheiro de minas Porfirio Cabaleiro um dos principais especialistas em urânio no país, tendo atuando em projetos estratégicos ligados à mineração e ao setor nuclear brasileiro destaca a importância do seminário, que na sua avaliação foi realizado em um momento oportuno, em que se discute no contexto da transição a retomada do programa nuclear brasileiro para produzir energia limpa e de baixo carbono.
“Fico contente desse movimento de novo entrando em pauta, que acho muito importante para o Brasil e para o mundo”. Segundo ele, as discussões do seminário que teve a presença de palestrantes com profundo conhecimento trouxe muita novidade e esperança para o setor urânio no Brasil.
Porfírio, hoje é sócio da GE21, Consultório Mineral, que atua em diversas etapas de empreendimentos de mineração no país. Ele conhece como poucos o mercado de mineração de urânio brasileiro. Participou ativamente da implantação e operação da mina de urânio de Poços de Caldas (MG), a primeira no país, e depois da mina Lagoa Real, (BA), que é a principal fonte de urânio no Brasil, responsável por abastecer as usinas de Angra (RJ).
Porfirio cuidou de grande parte do acervo das reservas de urânio no país quando trabalhou na INB entre 1996 e 20024. Ele continuacontribuindo com sua expertise técnica em minerais estratégicos, incluindo a gestão de projetos e auditorias de padrões internacionais, como os aplicados a recursos de urânio.
GE 21 de olho na mineração Argentina
Ele comentou ao Minera Brasil a entrada da GE 21 no setor de mineração Argentino, onde já vinha colaborando em alguns projetos. A empresa acaba de anunciar abertura de uma filial em Buenos Aires porque acredita que a Argentina deve receber grandes investimentos devido às suas significativas reservas minerais e ambiente favorável para novos projetos.
É de olho no potencial que o setor de mineração argentino pode oferecer, a GE21 deu um passo decisivo em sua estratégia de atuação internacional. “É uma alegria muito grande poder abrir na América do Sul, em um país irmão, que é a Argentina, que está numa crescente e numa revolução interna econômica muito importante. Eu acho que ela vai ser a origem ou destino de grande capital e investimento em mineração no mundo”, avalia Porfirio
O seminário realizado em Brasília no dia 5 de dezembro abordou os desafios e as perspectivas para a mineração de urânio no Brasil, com destaque para questões regulatórias e oportunidades de mercado. Promovido pela Comissão de Direito Minerário da OAB-DF e a Agência Minera Brasil contou com a participação de autoridades, especialistas do setor nuclear e de mineração, além de representantes de empresas e instituições públicas.
A regulamentação da Lei 14.514/2022, que permite maior participação privada no setor, além da relevância de parcerias público-privadas para impulsionar investimentos e promover um ambiente regulatório eficiente foi um dos temas debatidos por especialistas, que também discutiram as possibilidades de o Brasil expandir sua liderança no mercado global de urânio, considerando suas grandes reservas e a crescente demanda por energia limpa.
A programação incluiu debates sobre o papel da INB, desafios legais para flexibilizar o monopólio estatal, e o impacto dos minerais nucleares na transição energética global. A INB apresentou o projeto Santa Quitéria, como exemplo parceria público privada que pode impulsionar setores de mineração e nuclear.