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por Fernando Moreira de Souza
De acordo com matéria publicada pela Mining.com, os preços do cobre registraram uma alta superior a 5% na Comex, em Nova York, ultrapassando outros índices globais. O movimento ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerir que as importações do metal poderiam ser submetidas a uma tarifa de 25%.
A declaração foi feita durante um discurso ao Congresso na terça-feira e provocou reações imediatas no mercado asiático, onde os investidores passaram a ajustar os preços diante da possibilidade de tarifas superiores ao esperado. Além disso, a indicação de que a medida poderia ser implementada em um prazo reduzido intensificou as negociações.
Na semana anterior, Trump havia anunciado que o Departamento de Comércio conduziria uma investigação detalhada para determinar a viabilidade da imposição de tarifas ao cobre por questões de segurança nacional. Esse anúncio já havia impulsionado os preços do metal na Comex, alargando a diferença em relação aos preços praticados em Londres e Xangai.
Embora a decisão final do Departamento de Comércio possa levar meses, Trump deu a entender que a tarifa de 25% já teria sido promulgada. Em um movimento semelhante, o presidente assinou anteriormente uma ordem para taxar as importações de alumínio e aço nesse mesmo percentual, com vigência prevista para 12 de março.
“Uma tarifa de 25% não era a expectativa do mercado antes desses comentários. Agora, os operadores estão recalculando o preço adequado para o metal”, afirmou Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank AS. Ele acrescentou que a medida pode causar uma significativa disrupção no comércio global.
Repercussão no Mercado Internacional
A alta na Comex impulsionou um aumento menor na London Metal Exchange (LME), onde os contratos para três meses subiram até 2,5%. Durante meses, os futuros negociados em Nova York têm apresentado prêmio elevado em relação à LME, reflexo da expectativa crescente de tarifas. O avanço desta quarta-feira fez com que o cobre da Comex atingisse um valor cerca de 12% superior ao da LME, aproximando-se do pico de 13% registrado no mês anterior.
Diante dessa diferença, uma corrida global pelo metal foi intensificada, com o objetivo de exportá-lo para os EUA antes da possível imposição das tarifas. Com os preços na LME em torno de US$ 9.500 por tonelada e valores aproximadamente US$ 1.000 superiores em Nova York, a arbitragem se tornou uma oportunidade vantajosa em um mercado que tradicionalmente opera com margens reduzidas.
Os estoques de cobre da Comex, que haviam aumentado após um pico semelhante no ano passado, têm apresentado queda nos últimos dias. Esse movimento sugere que fabricantes nos EUA estão buscando reforçar seus estoques antes da possível entrada em vigor das tarifas. Paralelamente, o volume de pedidos para retirada de metal da LME apresentou uma alta expressiva.
Outros metais também foram impactados na LME nesta quarta-feira. O zinco subiu 2,5%, enquanto o alumínio registrou um avanço de 1,7%, acompanhando a valorização generalizada dos metais industriais e ações de mineração no mercado europeu.
A valorização também foi influenciada pelo futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, que anunciou planos para alterar a constituição do país, permitindo que os gastos com defesa e segurança fiquem isentos dos limites fiscais. Ele enfatizou que o governo fará “o que for necessário” para garantir a segurança do país. Além disso, o setor siderúrgico também foi impulsionado por uma promessa da China de reduzir a produção para conter o excesso de oferta interna.