Por Ricardo Lima
Investimento de R$ 10,2 milhões será aplicado ao longo dos próximos cinco anos no desenvolvimento de materiais avançados à base de terras raras. O projeto integra o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Materiais Avançados à Base de Terras Raras: Inovações e Aplicações, reunindo 15 instituições de excelência e ampliando a capacidade do Brasil de atuar em áreas estratégicas como energia renovável, armazenamento energético e tecnologias de alta performance.
Cooperação Interinstitucional
Coordenado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), o instituto representa o primeiro INCT vinculado à instituição, marcando um passo importante para a consolidação da pesquisa científica na região Norte. A iniciativa, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), visa fortalecer a base tecnológica brasileira e descentralizar os polos de produção de conhecimento.
Para o professor Sérgio Michielon de Souza, responsável pela coordenação nacional do projeto, os impactos da proposta vão além do avanço da ciência.
“além de impulsionar a ciência nacional, essa iniciativa permite formar especialistas e desenvolver tecnologias inovadoras diretamente na Amazônia, contribuindo para a independência do país em setores estratégicos”, afirma.
Terras raras e capacitação técnica
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) é uma das instituições participantes do projeto e atua na frente de pesquisa com minerais estratégicos. De acordo com Lucy Takehara, coordenadora do projeto Terras Raras no SGB, a participação no INCT fortalece o intercâmbio científico com centros de excelência, contribui para aprimorar a qualidade das pesquisas e evidencia a competência técnica da instituição.
Ela também avalia que a colaboração com outras entidades promove o avanço dos estudos sobre terras raras e contribui diretamente para a formação de profissionais altamente qualificados, o que representa um ganho estratégico para o setor no país.
Participam da rede instituições como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), entre outras. O INCT funciona como uma rede de cooperação técnica e científica, com foco na pesquisa aplicada e no fortalecimento da soberania tecnológica do país.