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por Fernando Moreira de Souza
Foi oficialmente inaugurada no dia 29 de abril a nova sede da Gerência Regional da Agência Nacional de Mineração (ANM) no Maranhão. O evento contou com a participação de três diretores da ANM, representantes do setor mineral e autoridades locais. Instalada em São Luís, a unidade está situada em um edifício moderno e de fácil acesso, sendo parte de um plano nacional de modernização da infraestrutura da Agência.
A cerimônia teve um tom de celebração e reconhecimento ao papel estratégico do estado no cenário mineral brasileiro. A senadora Eliziane Gama também visitou o local no dia seguinte, reforçando o prestígio da instituição no estado.
Segundo o diretor-geral da ANM, Mauro Sousa, natural do Maranhão, o fortalecimento da presença da Agência nos estados contribui para a eficiência operacional e a descentralização das decisões. “Já são dez novas estruturas em dois anos. Mas este prédio representa algo maior: o Maranhão abriga minerais essenciais para a transição energética, como terras raras e níquel. É um território estratégico para o país”, afirmou.
O novo prédio substitui a antiga sede, que havia sido devolvida à União sem ônus. A estrutura atual foi planejada para garantir melhores condições de trabalho, sustentabilidade e economia de recursos. Estão disponíveis ambientes de coworking e espaços adaptados para servidores que atuam no modelo híbrido, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos públicos.
O gerente regional da ANM no estado, Clauton Sampaio, destacou o simbolismo da nova unidade. “Não se trata apenas de uma mudança física. Este prédio representa nosso compromisso com a transparência, a eficiência e a responsabilidade ambiental. Decisões relevantes para a mineração sustentável no estado serão tomadas aqui”, declarou.
Durante a solenidade, a sala de Fiscalização e Outorga da nova unidade foi nomeada em homenagem ao servidor Moacyr Carvalho de Andrade Neto, falecido no exercício de suas funções. A homenagem emocionou os presentes. “Moacyr permanece vivo em nossa memória como exemplo de dedicação. Que seu nome seja um guia de conduta para todos nós”, disse Sampaio, ao lado do colega Denilson Matos, que representou a família do homenageado.
Potencial mineral e expansão da infraestrutura
O Maranhão se destaca por sua diversidade geológica. Entre as principais províncias minerais estão Gurupi (ouro, cobre, níquel), Faixa São Luís (ferro, calcário), Pegmatítica do Norte (lítio, nióbio), Médio Mearim (terras-raras, diamantes) e Grajaú (quartzo, manganês). Em 2023, a produção mineral maranhense alcançou aproximadamente R$ 1,6 bilhão, com destaque para ouro e gipsita – esta última, na qual o estado ocupa a segunda posição nacional em volume produzido.
As exportações de minérios também vêm registrando crescimento expressivo. Em 2024, já ultrapassaram a marca de US$ 2,2 bilhões, impulsionadas por uma infraestrutura logística privilegiada, como o Porto do Itaqui e o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira. Atualmente, o setor mineral maranhense envolve 746 empresas e microempreendedores, com cerca de 1.200 processos minerários em tramitação.
A nova sede faz parte do programa nacional de reestruturação da ANM, iniciado em 2019, com o objetivo de aprimorar a atuação regional e nacional da instituição. Conforme a Superintendência de Gestão Administrativa (SGA), dez unidades da Agência foram modernizadas nos últimos dois anos, incluindo a do Maranhão.
Entre as melhorias estão a criação de espaços integrados com outros órgãos públicos e o aumento de áreas compartilhadas, com foco na racionalização de despesas. O superintendente Juliano Rezende informou que novas entregas estão previstas para os próximos meses. “Seguiremos com a finalização das unidades no Paraná, Piauí, Roraima, Rondônia, Tocantins, Pernambuco, Rio de Janeiro e Patos de Minas. Já em 2025, pretendemos concluir a fachada da sede de Minas Gerais e buscar soluções para Brasília, Espírito Santo, Pará e Goiás”, adiantou.
A reestruturação não se limita ao aspecto físico. Está voltada para um ambiente de trabalho mais eficiente, seguro e alinhado às demandas contemporâneas do setor mineral e da sociedade brasileira.