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O geólogo Breno Augusto dos Santos, responsável pela descoberta da província mineral de Carajás, fez um alerta sobre a necessidade de Parauapebas (PA) se preparar para o período após o fim da exploração de minério. Matéria original apurada e publicada pelo Correio de Carajás.
Segundo a reportagem, o geólogo disse: “Vão ser vinte, trinta anos com minério rico e depois, sem royalties. Como vai ficar? Parauapebas tem 300 mil habitantes. Vai se tornar uma cidade fantasma?”, questionou, defendendo que o município busque novas vocações econômicas, como turismo e pecuária de qualidade.
O depoimento foi dado durante o evento Café com Ciência, realizado em Belém como parte das comemorações dos 15 anos do Instituto Tecnológico Vale (ITV).
Responsabilidade e preservação ambiental
Breno afirmou que é possível conciliar mineração e meio ambiente, desde que haja responsabilidade e fiscalização. Ele ressaltou que considera impossível a evolução da humanidade sem a mineração, diferenciando a atividade legal do garimpo ilegal, que classificou como crime.
Sobre a prevenção de desastres, alertou que o trabalho de reflorestamento iniciado pela Vale deveria ser adotado por todas as prefeituras da região, antes que ocorra um desastre local.
Carajás como legado pessoal
Aos 85 anos, o geólogo disse que Carajás está no centro de sua trajetória. “Carajás está no meu sangue, tanto que as minhas cinzas serão jogadas lá”, declarou.
Breno descobriu a reserva de minério de ferro em 1967, quando era empregado da US Steel, e acompanha o desenvolvimento da região desde então. Para ele, o futuro de Parauapebas depende de romper a dependência da mineração e investir em novas frentes econômicas antes que o esgotamento das reservas provoque um colapso social.