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por Fernando Moreira de Souza
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram um edital voltado à ampliação e modernização de centros de pesquisa e inovação no Brasil. Com recursos de R$ 3 bilhões, a iniciativa busca fomentar projetos através de diferentes mecanismos financeiros, incluindo crédito, participação acionária e subvenção econômica.
A chamada pública está alinhada à Nova Indústria Brasil (NIB) e prevê um prazo de até 36 meses para a execução dos projetos contemplados. Para a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), essa medida representa um passo estratégico para fortalecer a inovação no setor. “Trata-se de uma grande oportunidade para impulsionar soluções tecnológicas, especialmente no avanço da descarbonização”, afirmou o presidente-executivo da entidade, André Passos Cordeiro.
Prioridade para a sustentabilidade
A indústria química foi inserida na missão 5 da NIB, voltada ao desenvolvimento de tecnologias para descarbonização, transição energética e bioeconomia. Segundo Passos, a Abiquim atuou ativamente para garantir que o setor fosse reconhecido como prioritário na estratégia industrial do país. Atualmente, 83% da matriz energética da indústria química nacional provém de fontes renováveis, enquanto alguns segmentos registram emissões de CO₂ até 50% menores em comparação com concorrentes internacionais.
A transição para uma economia de baixo carbono tem avançado com iniciativas como a substituição de insumos fósseis por biomassa e o desenvolvimento de tecnologias de captura e armazenamento de carbono. A aprovação da lei de controle de substâncias químicas, que criou um inventário com mais de 15 mil produtos, também foi um marco para a segurança e regulação do setor.
Brasil na liderança da economia verde
Com ampla disponibilidade de recursos naturais e uma matriz energética predominantemente limpa, o Brasil possui potencial para se destacar no mercado global de produtos químicos sustentáveis. No final de 2024, a Abiquim lançou o Fórum de Matérias-Primas Sustentáveis, reunindo empresas e governo para definir estratégias de neutralização de emissões no setor.
A concessão de incentivos para tecnologias limpas pode fortalecer a indústria química, estimular a geração de empregos qualificados e posicionar o Brasil como protagonista da economia verde. “Com um planejamento adequado, o crescimento sustentável será assegurado, proporcionando maior segurança ambiental e competitividade internacional”, concluiu Passos.