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Por Ricardo Lima
A Core Energy Minerals anunciou ter firmado um acordo vinculante para adquirir 100% do projeto de Terras Raras Itambé, na Bahia, atualmente sob controle da Rio Tinto Desenvolvimentos Minerais Ltda. A transação marca a entrada da companhia em um distrito geológico considerado de classe mundial para terras raras e reforça a estratégia da empresa de ampliar seu portfólio de minerais críticos no Brasil e na Austrália.
Com 32.791 hectares distribuídos em 23 títulos minerários, o Itambé consolida uma oportunidade de escala distrital em uma província reconhecida por projetos de terras raras do tipo íon-adsorvido e em rochas duras. Mesmo com apenas 7% da área previamente investigada, a Rio Tinto havia detectado anomalias geoquímicas contínuas e de alta intensidade, incluindo picos de 5.123 ppm de TREO (óxidos totais de terras raras). A Core planeja um extenso programa de mapeamento, amostragem, geofísica e sondagem para definir novos alvos e avaliar o potencial integral do depósito.
O diretor-gerente da Core Energy Minerals, Tony Greenaway, destacou o potencial da área e a importância estratégica da aquisição. “O vasto terreno é extremamente prospectivo para terras raras. A Rio Tinto, que explorava a região para lítio, havia identificado uma grande anomalia por amostragem de solo, com resultados encorajadores de até 5.123 ppm de TREO”, afirmou o executivo.
Geologia favorável e potencial para novas descobertas
O projeto Itambé está localizado no sudoeste da Bahia, próximo à divisa com Minas Gerais, em um distrito que vem ganhando destaque internacional após novas descobertas, como o projeto Sulista, da Brazilian Rare Earths. A região possui acesso a energia hidrelétrica, aeroporto em Vitória da Conquista — a 60 km — e ligação com o porto de Ilhéus, a cerca de 200 km.
No período em que controlou a área, a Rio Tinto realizou campanhas iniciais de geoquímica e testes de perfuração por trado. Embora o foco fosse o lítio, três zonas amplas de anomalias de terras raras foram identificadas no setor sul dos títulos, incluindo uma área contínua de 5 km por 2 km com valores acima de 1.500 ppm de TREO.
A região é composta por arcóseos, paragnaisses, granitos neoproterozoicos e um sistema de pegmatitos relacionado ao magmatismo tardio do Orógeno Araçuaí. O intemperismo dessas rochas resulta em perfis espessos de solo argiloso e saprolito, capazes de concentrar minerais ricos em elementos de terras raras. O ambiente geológico encontrado é semelhante ao de depósitos importantes no Brasil e no mundo.
A Core considera que grande parte do potencial permanece oculto: 93% da área nunca foi investigada por levantamento geoquímico, geofísico ou perfuração sistemática.
Condições da transação e próximos passos
O acordo prevê pagamento de US$ 200 mil em dinheiro e uma royalty de 1,75% (NSR). Toda a diligência técnica, geológica, econômica e ambiental já foi concluída pelas empresas. A formalização final deve ocorrer em até 30 dias.
A Core Energy anunciou que iniciará imediatamente um programa de exploração composto por:
- mapeamento geológico e estrutural detalhado;
- campanhas de amostragem geoquímica de superfície;
- levantamentos aerogeofísicos (magnetometria, gravimetria e radiometria);
- perfuração sistemática por trado nas áreas de maior interesse.
A empresa afirma que o próximo ciclo de investigação buscará compreender as rochas-fonte, os processos de mobilização e os caminhos de concentração dos elementos de terras raras, além de definir novos alvos em todo o pacote de 23 tenements.












