Caiado cobra política nacional para mineração e exalta protagonismo de Goiás no setor mineral
Durante a abertura da Brasmin 2025, o governador Ronaldo Caiado defendeu mais investimentos em pesquisa e transformação mineral. Ele criticou a ausência de uma política nacional para o setor. ABPM reforçou a importância das pequenas e médias mineradoras para diversificar a produção e geração de empregos.
Durante a abertura da Feira da Indústria da Mineração (Brasmin 2025), realizada nesta segunda-feira (24), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou que Goiás tem investido fortemente em pesquisa, inovação e transformação de matérias-primas para consolidar sua posição estratégica no setor mineral do país.
Segundo ele, o estado já não se limita à exportação de commodities, mas vem agregando valor à produção, especialmente nas cadeias do níquel, cobre, terras raras e nióbio. “Hoje Goiás não é um Estado apenas exportador de commodities. É um Estado que consegue agregar valor à agricultura, à pecuária e a toda a cadeia de proteínas”, declarou.
Caiado também criticou o governo federal pela ausência de uma política nacional de incentivo à mineração e à transformação de matérias-primas para agregar valor a produção mineral do país. Segundo ele, o enfraquecimento de órgãos como a ANM e o excesso de burocracia têm penalizado os pequenos e médios mineradores.
O governador pontuou ainda que, sem estrutura adequada, os empreendedores menores enfrentam grandes obstáculos para se manter no setor. “O que nós buscamos é um apoio para que o pequeno e médio minerador sobreviva à legislação existente e a tanta burocracia exigida.”
Caiado alertou para a contradição entre o incentivo a tecnologias limpas e a demonização da mineração, fundamental para a produção de baterias de carros elétricos e equipamentos hospitalares. “Todo mundo hoje enaltece o carro elétrico, no entanto, demoniza a mineração”, ponderou Caiado.
Ele defendeu que Goiás e o Brasil precisam investir em pesquisa, inovação e transformação mineral para não perderem espaço na geopolítica global da energia e da sustentabilidade.
“Saberei tratar com muito respeito aquilo que eu entendo ser o grande potencial competitivo do Brasil no cenário internacional,” disse Caiado, destacando que o Brasil não pode abrir mão no jogo mundial, de saber usar suas riquezas minerais e, ao mesmo tempo, da sua capacidade de transforma essa riqueza em energia renovável para o desenvolvimento do país.
Ronaldo Caiado
Desafio é incluir pequenas e médias mineradoras na agenda nacional
Luís Maurício Azevedo, presidente do Conselho Deliberativo da ABPM, concordou a avaliação do governador, segundo ele, o desafio é incluir pequenas e médias mineradoras na agenda nacional. Para Azevedo, Goiás é símbolo de força da riqueza mineral do Brasil, principalmente do empresário de mineração.
“Esse evento celebra o trabalho dedicado missionário de tantos profissionais, especialmente aqueles das pequenas e médias indústrias, que muitas vezes são esquecidos no Brasil, no governo federal. Mas aqui nós comemoramos que eles promovem o desenvolvimento econômico social, gerando empregos e oportunidades e, principalmente, trazendo para o país a diversificação no crescimento e a distribuição de riqueza”, destacou.
André Rocha, presidente da FIEG comentou sobre a importância da Brasmin ser realizado em Goiânia. “Nós podemos trazer esse olhar, mostrar a relevância desse setor para o Estado de Goiás e a relevância de Goiás para o setor de mineração”, disse Rocha.
“Nós temos, por exemplo, a única mineração de terras raras fora da Ásia. Nós temos aqui materiais relevantes, como nióbio, ouro, níquel e cobre. Goiás é protagonista no setor de mineração”, afirmou o presidente da FIEG.
A BRASMIN e o 9º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração, acontecem simultaneamente em Goiânia entre os dias 8 e 10 de junho, organizados pela ABPM, Minde e Revista Brasil Mineral, buscam debater temas importantes para o setor. Uma vez que, a pequena e média mineração somam cerca de 7mil empresas, sendo responsável por uma parcela significativa da produção nacional de bens minerais. Mas que, no entanto, enfrentam desafios históricos: dificuldades de acesso a crédito, entraves regulatórios e baixa visibilidade nas políticas públicas setoriais.
Os dois eventos são espaços de mobilização, onde especialistas, autoridades e empresários discutirão o futuro da mineração no Brasil, além de ampliar as oportunidades de negócios, networking e inovação tecnológica em um setor essencial para a economia do país.