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Por Ricardo Lima
A Vale estuda como ampliar o uso de caminhões autônomos em operações brasileiras consideradas maduras, como Carajás (PA), onde a presença de frotas mistas, com equipamentos de diferentes marcas e idades, aumenta a complexidade tecnológica da transição. Embora a mineradora já tenha avanços em áreas mais isoladas e com implantação recente, o desafio agora é adaptar o modelo a áreas consolidadas e de maior escala operacional.
Durante coletiva de imprensa no evento Vale Day 2025, em Londres, na terça-feira (2), o CEO Gustavo Pimenta afirmou que a expansão já está em curso em diferentes regiões operacionais.
Há uma oportunidade para ampliar [a autonomia], e de fato estamos fazendo isso (…) No sul do Brasil, Brucutu já é totalmente autônoma, e seguimos expandindo esse exemplo
Gustavo Pimenta – Presidente da Vale
Segundo ele, a companhia está adquirindo novos equipamentos e deve “multiplicar por cinco” o número de veículos autônomos em operação.
A estratégia ganha impulso com avanços tecnológicos que permitem adaptar caminhões já existentes. O CFO Marcelo Bacci destacou que a indústria evoluiu para kits intercambiáveis entre marcas, reduzindo custos de implantação. “Você pode comprar o kit de uma marca e instalar no caminhão de outra. Isso reduz muito o custo, porque não é preciso trocar o equipamento inteiro”, afirmou. A Vale opera hoje cerca de 30 caminhões autônomos e deve chegar a 150 em dois anos, segundo o executivo.
Paralelamente, a empresa aposta nos biocombustíveis para cumprir suas metas de emissões. Pimenta classificou o biodiesel e o etanol como alternativas com alto potencial, impulsionadas pela própria estrutura de mercado brasileira. “O biofuel no Brasil é uma oportunidade única. Etanol e biodiesel já estão profundamente integrados ao sistema de transportes. Os testes têm sido muito encorajadores”, afirmou.
Ele acrescentou que a Vale avalia inclusive o uso de etanol em embarcações: “Estamos na fase piloto, testando motores e reações, e estou muito animado. Acho que vamos conseguir escalar isso.”
Bacci reforçou que o desenvolvimento ocorre em parceria com fabricantes, o que deve acelerar a competitividade econômica das soluções. “O biodiesel e o etanol que estamos desenvolvendo estão sendo feitos junto aos fornecedores. Isso vai acelerar a chegada a algo economicamente viável”, afirmou.













