A Sigma Lithium, empresa com operações de mineração de lítio no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, anunciou hoje que está nas etapas finais das negociações para a venda de seu negócio. Inicialmente planejada para concluir até o final deste ano, a transação agora é esperada para 2024, conforme comunicado do conselho da empresa.
Dois consórcios, o chinês CATL, especializado em baterias, e a montadora Volkswagen, estão entre os favoritos para adquirir o negócio, conforme apurado pelo Exame IN.
A fundadora da Sigma Lithium, Ana Cabral Gardner, afirmou que a empresa despertou interesse de “algumas das empresas mais admiradas de baterias e veículos elétricos do mundo, incluindo montadoras e fabricantes de baterias”, sem citar nomes.
Como parte das negociações, a mineradora anunciou a listagem da Sigma Brazil, subsidiária que detém os direitos do seu principal projeto, a Grota do Cirilo, na Nasdaq e em Cingapura, visando “maximizar valor para os acionistas” e “nivelar o campo de jogo” na oferta.
Fontes próximas à empresa indicam que a estrutura da transação visa facilitar a compra por estrangeiros, principalmente chineses. A escolha das bolsas de valores visa ampliar a competitividade para possíveis compradores orientais e ocidentais.
A Sigma, avaliada em pouco mais de US$ 3 bilhões, tem atraído interesse de diversos players, incluindo a Tesla, CMOC (mineradora chinesa), e o PIF (braço de investimentos do fundo soberano de Cingapura). Ana Cabral busca um prêmio pelo negócio, destacando o potencial de crescimento da empresa.
Apesar da recente queda de 15% no valor da Sigma, Ana Cabral enfatiza que os investidores subestimam o potencial da transição energética para mineradoras, destacando que, se as projeções de crescimento de carros elétricos e capacidade de baterias se materializarem até 2030, a oferta desses metais terá que crescer consideravelmente.
Fonte: EXAME