O setor de mineração do Brasil está em busca de alternativas de financiamento no mercado doméstico. Atualmente, a maior parte do financiamento para grandes empresas vem do fluxo de caixa próprio ou de títulos estrangeiros, enquanto as empresas menores recorrem a investidores internacionais listando suas ações em bolsas estrangeiras, como o Canadá e a Austrália.
No entanto, agora, as mineradoras brasileiras buscam mudar esse cenário. Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), apontou que, dos R$ 2,1 trilhões disponíveis em crédito no Brasil, apenas 18 bilhões são direcionados para a mineração, apesar de ser um dos principais setores econômicos do país. Jungmann destacou a necessidade de fortalecer o mercado local.
O Ibram está em negociações com o BNDES para estabelecer linhas de financiamento específicas para projetos de mineração relacionados à transição energética. Espera-se que os detalhes dessas linhas sejam anunciados até o final do ano.
Jungmann enfatizou que a mineração é fundamental para uma economia de baixo carbono, sendo essencial para a eletrificação, carros elétricos e produção de energia eólica.
Além disso, o Ibram está em negociações com a Financiadora de Projetos de Inovação (Finep) para criar mecanismos de financiamento no setor. A parceria entre o Ibram e o governo do Reino Unido visa estabelecer metas de redução de emissões de gases de efeito estufa na indústria mineira, com foco na transição para fontes de energia renovável.
Onze empresas já aderiram ao projeto, que utilizará o terceiro Inventário de Gases de Efeito Estufa do Ibram, em elaboração desde agosto, como base para estruturar um roadmap do carbono na mineração a partir de 2024. Isso deverá influenciar positivamente os processos de licenciamento ambiental para as mineradoras engajadas na agenda de redução de emissões.