A Rio Tinto está planejando iniciar o ambicioso projeto de minério de ferro de Simandou, na Guiné, ainda este ano, após quase três décadas de contratempos e escândalos.
Com um investimento estimado em US$ 20 bilhões, o projeto tem o potencial de se tornar a maior e mais rica mina de minério de ferro do mundo, adicionando cerca de 5% ao fornecimento global quando entrar em operação.
O projeto é uma parceria entre a Rio Tinto, o governo guineense e pelo menos sete outras empresas, incluindo cinco da China. A mineradora obteve a licença de exploração para Simandou em 1997, enfrentando desde então desafios políticos, com dois golpes de Estado, quatro chefes de Estado e três eleições presidenciais.
Em 2024, após a aprovação final de Pequim para os parceiros chineses estatais da mineradora, a Rio Tinto planeja dar início ao seu projeto mais complexo na história. A empresa planeja construir uma mina de minério de ferro no projeto Simfer, em parceria com um consórcio liderado pela Chinalco.
Uma segunda mina, o projeto WCS, será construída pela Baowu em colaboração com um consórcio liderado pelo Winning International Group, com expectativa de financiamento conjunto para a construção de uma ferrovia de 552 km. Bold Baatar, chefe do negócio de cobre da Rio Tinto, destacou a relevância de Simandou para a descarbonização da indústria siderúrgica chinesa.
“Uma parte do corpo de minério que estamos analisando é muito adequada, pensamos, para a redução direta de ferro”, afirmou Baatar. “A única maneira de a indústria siderúrgica global se descarbonizar é se a China se descarbonizar.”
A produção inicial dos dois blocos co-propriedade da Rio Tinto deverá aumentar ao longo de 30 meses a partir de 2025, alcançando uma capacidade anualizada de 60 milhões de toneladas por ano, com a participação da empresa totalizando 27 milhões de toneladas.