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por Fernando Moreira de Souza
Reportagem de Thyago Henrique, no Diário do Comércio, informa que a canadense Resouro Strategic Metals projeta o início das atividades de mineração de titânio e elementos de terras-raras (ETRs) em Minas Gerais até o primeiro semestre de 2027. A planta de demonstração será implantada na região do Alto Paranaíba, com capacidade de processar cerca de 200 mil toneladas de minério por ano e investimento estimado em R$ 500 milhões.
Segundo o CEO da companhia, Philippe Martins, o objetivo da planta é validar a viabilidade técnica e comercial do empreendimento. Ele afirma que os testes metalúrgicos iniciais guiarão os próximos passos e determinarão se haverá avanço para uma operação em escala industrial.
Caso os testes da unidade-piloto tenham êxito, uma instalação industrial poderá ser implementada futuramente. A projeção da empresa é que a nova planta tenha capacidade para processar entre três e cinco milhões de toneladas de minério ao ano. Contudo, ainda não há prazos definidos nem estimativas de custo para essa expansão.
Atualmente, o projeto encontra-se na fase de testes metalúrgicos. Três rotas de processamento estão em análise: uma voltada exclusivamente ao titânio, outra aos elementos de terras-raras e uma terceira, considerada mais promissora, que abrangeria diversos minerais presentes nos depósitos. A viabilidade dessa rota multimineral será avaliada com base na qualidade dos produtos obtidos nas análises.
De acordo com Martins, a empresa está comprometida em garantir que os produtos extraídos sejam convertidos em materiais de alto valor agregado, com potencial de se tornarem referência no mercado internacional.
Batizado de Projeto Tiros, o empreendimento da Resouro teve suas pesquisas iniciadas em 2023. Desde então, avanços relevantes foram registrados. Recentemente, a companhia anunciou um crescimento de 37% nos recursos medidos e indicados, que somam agora 1,4 bilhão de toneladas de minério. As concentrações médias são de 12% de dióxido de titânio (TiO₂) e 4.000 partes por milhão (ppm) de óxidos de terras-raras (TREO).
Esses resultados posicionam o ativo entre os maiores depósitos do mundo de titânio e ETRs, segundo a empresa. Ainda assim, menos de 10% da área total, que se estende por quase 50 mil hectares, foi perfurada até o momento. As concessões abrangem os municípios mineiros de Tiros, São Gotardo e Campos Altos.
Com base nesse potencial, a Resouro acredita que o projeto poderá se consolidar como uma das principais fontes desses minerais estratégicos, cuja demanda global segue em crescimento impulsionada por setores como o de energia limpa e tecnologia.

Venda de ativo no Mato Grosso financiará projeto em Minas
A Resouro também possui um projeto de mineração de ouro no Mato Grosso, atualmente em fase de pesquisa mineral, com área aproximada de 17 mil hectares. Esse ativo, entretanto, deve ser negociado para garantir recursos destinados ao empreendimento mineiro.
De acordo com Martins, as negociações com duas empresas estão em estágio avançado. A proposta inclui um pagamento inicial, parcelas futuras e royalties sobre a produção. A expectativa é que um dos acordos seja firmado já no início de maio.