Comente, compartilhe e deixe sua opinião nos comentários! Sua participação é essencial para enriquecer o debate
Por Ricardo Lima
O presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Inácio Cavalcante Melo, comunicou sua saída do comando da estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. O anúncio foi feito na terça-feira (14/10) por meio de mensagem em um grupo de WhatsApp com integrantes da instituição.
O Minera Brasil apurou que, com uma gestão mal avaliada e após uma série de denúncias, aliados políticos de Melo informaram que sua permanência havia se tornado insustentável. Segundo fonte do governo, que disse com exclusividade ao Minera Brasil, o dirigente recebeu duas opções: pedir demissão ou ser demitido. Optou pela primeira.
Na mensagem que o Minera Brasil teve acesso na íntegra, Melo afirmou que a decisão foi pessoal e que deixava o cargo após dois anos à frente do SGB. Segundo ele, a saída ocorre “com serenidade e com a certeza de que cumpri minha missão aqui”. O ex-dirigente disse ainda que “deixa o SGB com o coração leve, grato e confiante no futuro”, ressaltando o trabalho conjunto com servidores e a busca por modernização institucional.
Durante a mensagem, ele destacou ações de sua gestão, como a retomada de concursos públicos, programas de incentivo à aposentadoria, o novo acordo coletivo de trabalho e a modernização de processos internos. Também citou a retomada dos levantamentos aerogeofísicos e a parceria com a Petrobras para o Centro Científico e Cultural da Urca, projeto com investimento superior a R$ 200 milhões.
A parceria com a Petrobras não foi costurada na gestão de Melo, mas sim, pelo ex-presidente Esteves Colnago, que tinha um perfil conciliador. E fez um trabalho reconhecido à frente do SGB.
Críticas e pressão no cargo
Indicado ao cargo pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), com quem era casado à época da nomeação, Melo enfrentava críticas desde o início de sua gestão. Em 2023, entidades representativas dos servidores enviaram carta ao governo federal pedindo a revisão da indicação, alegando ausência de formação em geociências e mencionando processos anteriores.
Segundo apuração feita pelo Metrópoles, notas fiscais mostram que despesas de hospedagem e alimentação em viagens a Florianópolis (SC) e Maceió (AL), realizadas pelos filhos de Inácio Melo em janeiro de 2025, foram custeadas com recursos da estatal. As notas fiscais registram diárias de R$ 3.667 e R$ 4.665, além de gastos com refeições e serviços de quarto.
Na época, Melo devolveu R$ 9,3 mil aos cofres públicos, afirmando que os valores foram pagos por erro na emissão das notas fiscais.