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Por Ricardo Lima
Representantes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai participaram, na última sexta-feira (29/08), da XXXII Reunião Ordinária do Subgrupo de Trabalho de Mineração e Geologia (SGT-15) do Mercosul. O encontro marcou um avanço na construção de políticas públicas voltadas à mineração de minerais estratégicos e à transição energética.
A reunião resultou na aprovação do Plano de Trabalho 2025–2026, que estabelece diretrizes técnicas e estratégicas para fortalecer a integração regional no setor mineral e ampliar a competitividade do bloco diante da crescente demanda global por insumos sustentáveis.
Integração e valorização mineral
Durante o encontro, os países-membros aprovaram uma agenda estruturada em cinco blocos de ação: mapeamento do potencial mineral da região, projeção da demanda global de longo prazo para minerais estratégicos, cooperação em pesquisa e desenvolvimento, avaliação de aspectos regulatórios e políticas públicas, além da definição de projetos estratégicos com impacto regional.
Entre os minerais considerados prioritários estão lítio, níquel, cobre e terras raras — insumos essenciais para tecnologias como baterias, turbinas eólicas, painéis solares e veículos elétricos. A proposta também prevê o fortalecimento da articulação entre universidades, centros de pesquisa e setor privado, com foco em inovação e agregação de valor às cadeias produtivas.
Segundo Gustavo Santos Masili, coordenador-Geral de Minerais Estratégicos e Transição Energética no Setor Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), o encontro reforça o alinhamento técnico entre os países do bloco:
“Hoje estamos aprovando os rumos e cronogramas dos trabalhos para que possamos dar continuidade aos projetos de modo coeso entre os países. Essa união de esforços é fundamental para que o Mercosul avance com uma visão integrada, capaz de responder às demandas globais e, ao mesmo tempo, valorizar o potencial mineral da nossa região”, destacou Masili.
Outro ponto relevante foi a aprovação da estruturação de um estudo técnico sobre minerais estratégicos, que contará com apoio da Organização Latino-Americana de Energia (Olade) e financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O estudo visa aprofundar a análise das potencialidades regionais e oferecer subsídios para políticas públicas, investimentos e parcerias internacionais.
O encontro foi encerrado com o compromisso das delegações de manter o diálogo ativo e permanente, assegurando que as próximas etapas da agenda sejam conduzidas de forma técnica, estratégica e integrada. A iniciativa reforça o posicionamento do Mercosul como ator relevante na geopolítica da transição energética e na segurança de suprimentos minerais.