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Por Ricardo Lima
ESPECIAL BAHIA
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) autorizou a Lipari Mineração a iniciar atividades subterrâneas na Mina Braúna 3, localizada em Nordestina, no território do Sisal. A licença de alteração, válida por dois anos, permite a transição da lavra a céu aberto para um modelo de extração em profundidade, utilizando o método conhecido como “Sublevel Retreat”. A portaria foi assinada por Eduardo Topázio, diretor do órgão.
A nova fase da operação prevê escavações até 440 metros abaixo da superfície, com construção de uma rampa de acesso de quase dois quilômetros e abrangência de uma área diretamente afetada de 15,5 hectares. A expectativa é lavrar até 840 mil toneladas anuais de minério kimberlítico diamantífero, conforme autorizado pela Portaria de Lavra nº 476/2015 e pelo processo da Agência Nacional de Mineração (ANM) nº 870.908/1999.
A Mina Braúna, considerada a primeira da América do Sul desenvolvida em rocha kimberlítica, entrou em operação em 2016 e responde por cerca de 80% da produção nacional de diamantes. Desde então, as exportações brasileiras do mineral cresceram mais de quatro vezes.
MPF questiona impactos sobre comunidades quilombolas
Segundo o portal Bahia Notícias, apesar da expansão, o projeto enfrenta questionamentos. Em janeiro de 2025, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública pedindo a suspensão das atividades, alegando impactos socioambientais e culturais sobre 12 comunidades quilombolas da região. O órgão cobra indenização de R$ 10 milhões e multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.