Especialistas de diversos países se reuniram no Workshop Internacional sobre Passivos Ambientais Mineiros, realizado em Criciúma (SC) entre 28 de novembro e 1º de dezembro.
O evento, promovido pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) em parceria com a Associação de Serviços de Geologia e Mineração Ibero-Americanos (ASGMI), teve como foco discutir os impactos ambientais causados pela mineração e estratégias para a gestão dos resíduos gerados.
Durante o workshop, países como Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Honduras, México e Portugal compartilharam experiências e práticas adotadas para a recuperação de áreas afetadas pela atividade mineradora.
O intercâmbio teve como objetivo propor alternativas para os serviços geológicos que avaliam o impacto dos passivos ambientais e participam na reabilitação ambiental.
“Vamos aperfeiçoar os conhecimentos em metodologias para inventariar, avaliar e gerir esses passivos nos países integrantes da ASGMI”, destacou Vicente Gabaldón, secretário-geral da ASGMI.
A diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Alice Castilho, ressaltou a importância do debate global sobre o inventário dos passivos ambientais da mineração. Ela informou que o SGB já está envolvido na recuperação de áreas degradadas por carvão na Bacia Carbonífera de Santa Catarina desde 2018.
Diogo Rodrigues, chefe do Departamento de Gestão Territorial (DEGET), acrescentou que o evento proporciona a oportunidade de mostrar as práticas desenvolvidas pelo SGB e promover um intercâmbio técnico para aprimorar a gestão e remediação desses passivos.
Lucy Takehara, chefe da Superintendência de Porto Alegre do SGB, destacou que o principal resultado das discussões é contribuir para a construção de caminhos para um trabalho integrado na recuperação dos passivos, permitindo a aplicação de boas práticas de um país em outros.
Os participantes visitaram a obra de recuperação ambiental denominada Área Itanema I, em Urussanga (SC), que foi minerada na década de 1970 pela carbonífera Treviso S/A. A obra está na fase de remodelamento do material estéril, com o objetivo de tornar a área mais plana para receber a cobertura seca, sistema de drenagem e cobertura vegetal. O prazo de execução da obra é de 36 meses.