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Por Ricardo Lima
A Mineração Paragominas, da Hydro, desenvolveu uma tecnologia que transforma rejeito de bauxita em matéria-prima para a construção civil, reduzindo emissões de carbono e fortalecendo a economia circular na região. A iniciativa já resultou na doação de mais de 40 mil blocos de concreto sustentáveis ao município de Paragominas (PA), marcando um avanço na gestão de rejeitos e na inovação ambiental da empresa.
O processo substitui 35% do cimento convencional por rejeito de bauxita — material inerte e seguro — sem comprometer a resistência do produto. A mudança gera impacto direto na redução de CO₂, uma vez que a pegada de carbono do rejeito é praticamente nula, ao contrário do cimento. A solução foi desenvolvida em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e com a refinaria Alunorte, da Hydro.
Alternativa viável e aplicável em larga escala
A tecnologia já atende às normas técnicas brasileiras e pode ser usada em diferentes produtos da construção civil, como blocos de pavimentação, cobogós, bancos, meios-fios, calhas e outros pré-moldados. A produção ocorre hoje em uma fábrica parceira instalada em Paragominas.
Segundo a empresa, o impacto positivo também se estende às comunidades locais. “Além de operar de maneira responsável, temos o compromisso de sermos bons vizinhos nas comunidades onde atuamos. Ao doar esses materiais sustentáveis, estamos contribuindo ativamente para a infraestrutura desses municípios”, afirmou Clóvis Bastos de Oliveira, vice-presidente de Operações de Mineração da Hydro.
Tecnologia e próximos passos
Desde 2020, a Hydro utiliza em Paragominas a metodologia Tailings Dry Backfill, que elimina a necessidade de altear ou construir novas barragens ao destinar o rejeito para cavas exauridas. Paralelamente, a empresa intensificou pesquisas para transformar o material em subprodutos de valor.
Empolgada com os resultados obtidos no concreto sustentável, a Mineração Paragominas agora busca ampliar as possibilidades de uso do rejeito de bauxita. Segundo Hélcio Filho, há potencial para empregar o material em setores como cerâmica vermelha — especialmente na fabricação de tijolos e telhas — e em agregados utilizados pela construção civil. A diversificação, afirma, deve incentivar novos fornecedores locais e fortalecer a economia regional com soluções de menor impacto ambiental.














