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por Fernando Moreira de Souza
A mineradora britânica Hochschild Mining anunciou nesta terça-feira (10) a suspensão temporária das operações na mina de ouro Mara Rosa, localizada em Goiás. A paralisação, que deve durar cerca de seis semanas, ocorre após um desempenho abaixo do esperado na produção entre janeiro e maio de 2025. O anúncio provocou forte reação no mercado: os papéis da companhia despencaram 22,58%, atingindo 233,20 pence, a maior queda diária desde novembro de 2021.
A mina, que iniciou suas atividades comerciais no início deste ano, registrou pouco mais de 25 mil onças de ouro no período, número considerado aquém das metas iniciais. A companhia atribuiu o desempenho insatisfatório a chuvas mais intensas que o previsto e a dificuldades operacionais com empresas terceirizadas.
Projeções revisadas e impacto nas metas da companhia
Diante do cenário, a Hochschild informou que fará uma revisão completa dos processos de extração, beneficiamento e descarte de resíduos em Mara Rosa, com o objetivo de identificar gargalos e retomar o ritmo produtivo. A expectativa inicial da empresa era alcançar entre 94 mil e 104 mil onças de ouro no ano de 2025.
Analistas de mercado também ajustaram suas previsões. A Peel Hunt reduziu sua estimativa de produção para 60 mil onças no próximo ano, enquanto o RBC previu 71 mil onças — uma redução de 24% em relação ao consenso anterior, que era de 93 mil onças.
Como consequência, a projeção de produção total do grupo Hochschild em 2025 foi rebaixada para 337 mil onças, abaixo do piso da faixa orientativa estabelecida pela empresa, que varia de 340 mil a 375 mil onças. A reavaliação ocorre em meio à saída recente do diretor de operações Rodrigo Nunez, movimento que também influenciou a percepção do mercado sobre a estabilidade da gestão operacional da companhia.