O chefe global de commodities do Goldman Sachs, Jeff Currie, afirmou que a China e a fuga de capitais dos mercados de energia e investimentos deste mês, após preocupações desencadeadas por uma crise no setor bancário, podem impulsionar um superciclo de commodities.
“À medida que as perdas aumentaram, elas se espalharam para as commodities”, disse Jeff Currie
Em entrevista ao Financial Times Commodities Global Summit na terça-feira (21), Currie disse que as perdas no setor bancário levaram à queda dos preços das commodities. Ele ressaltou que, historicamente, eventos deste tipo levam meses para recuperar o capital. Ou seja, ainda deve haver um déficit em junho, o que elevará os preços do petróleo.
Os preços do petróleo caíram para mínimas de 15 meses com a crise no segundo maior banco da Suíça, o Credit Suisse, que se seguiu ao colapso de dois bancos dos EUA. O Credit Suisse acabou sendo comprado pelo UBS.
Commodities em alta
Currie afirmou que o impacto foi do lado da oferta e não da demanda e que continua muito otimista com o cobre, por exemplo. Ele destacou que as perspectivas futuras são extraordinariamente positivas, com os estoques observáveis de cobre registrando um nível mais baixo em 125.000 toneladas e um pico de oferta ocorrendo em 2024. Conforme afirmou Currie, a curto prazo, o preço do cobre pode atingir US$ 10.500. E, a longo prazo, a meta de preço é de US$ 15.000 a tonelada.
Além disso, Currie destacou que as preocupações com o setor bancário estão centradas nos bancos regionais dos EUA. Por isso, a Europa está relativamente a salvo do contágio. Suas observações ecoaram as do grande comerciante de cobre Trafigura, que também acredita que o preço do cobre pode chegar a US$ 12.000. É importante notar que, segundo Currie, o impacto no setor bancário afetou apenas a oferta e não a demanda por commodities.