A Ford Motor Co. está consolidando sua presença na cadeia de abastecimento de veículos elétricos ao adquirir uma participação direta em uma fábrica de níquel em construção na Indonésia.
A montadora norte-americana junta-se à PT Vale Indonesia e à chinesa Zhejiang Huayou Cobalt Co. como investidores em um projeto para produzir anualmente 120.000 toneladas de produtos químicos de níquel para baterias de veículos elétricos.
A fábrica localizada em Pomalaa tem previsão de iniciar a produção comercial em 2026, com um investimento total de 67,5 bilhões de rupias (aproximadamente 4,5 bilhões de dólares), conforme comunicado conjunto das empresas. A participação exata de cada empresa no investimento não foi divulgada.
O comunicado destaca a corrida global dos fabricantes de automóveis para garantir suprimentos de longo prazo de materiais cruciais, como lítio, cobalto e níquel, à medida que a demanda por veículos elétricos cresce. Embora investimentos diretos em minas ou refinarias sejam ainda incomuns, a Ford segue o exemplo de outras montadoras, como a General Motors Co., que investiu em uma mineradora de lítio nos EUA, e a Tesla Inc.
A Indonésia tem se destacado como uma fonte significativa de níquel para baterias, impulsionada por investimentos em refinarias, especialmente por empresas chinesas. A Ford já possuía um acordo com a Huayou para aquisição de materiais de baterias provenientes da fábrica de Pomalaa.
Lisa Drake, vice-presidente da Ford Model e Industrialização de EV, afirmou no comunicado que essa estrutura oferece à Ford controle direto sobre o níquel necessário, garantindo que seja extraído em conformidade com as metas de sustentabilidade da empresa, e a um custo mais acessível.
O projeto Pomalaa, utilizando a tecnologia de “lixiviação ácida de alta pressão” (HPAL), enfrentou atrasos, sendo um exemplo de esforços para produzir produtos químicos de níquel a partir de minérios de baixo teor. Apesar da expansão das fábricas de HPAL na Indonésia, persistem preocupações sobre suas credenciais ambientais, conforme destacado por Allan Ray Restauro, analista da BloombergNEF.