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por Fernando Moreira de Souza
Um relatório recente do banco Citi destaca o minério de ferro como o principal motor de rentabilidade no setor de mineração global. A análise foi baseada em uma avaliação proprietária da curva de custos da commodity, que cobre cerca de 80% das exportações mundiais.
De acordo com o estudo, os custos médios ponderados por volume do minério de ferro apresentaram um acréscimo anual de 4%. Ainda assim, esse aumento foi atenuado por fatores como a desvalorização de moedas locais e as tarifas de transporte marítimo em patamares historicamente baixos.
A pesquisa também revelou que aproximadamente 230 milhões de toneladas — ou entre 14% e 15% das exportações globais — não seriam economicamente viáveis com o minério cotado a cerca de US$ 80 por tonelada. Além disso, a maior parte do fornecimento não convencional se posiciona em uma faixa de preço entre US$ 85 e US$ 100 por tonelada.
Embora o minério de ferro continue sendo essencial para os ganhos das mineradoras, os dados sugerem que uma parcela significativa da produção global encontra-se sob pressão em cenários de preços mais baixos.
O Citi projeta que a entrada do minério de ferro do projeto Simandou no mercado deve ocorrer já no próximo ano. No entanto, o impacto mais expressivo na estrutura de custos da indústria é esperado apenas entre 2027 e 2028.
Atualmente, as ações ligadas ao minério de ferro refletem um preço médio projetado de US$ 90 por tonelada — abaixo da média de cinco anos, que foi de US$ 123, e dentro da faixa histórica de US$ 80 a US$ 235 por tonelada.
Com base na análise da curva de custos, investidores de longo prazo podem encontrar oportunidades caso os preços de mercado estejam subestimando os fundamentos da commodity. Essa perspectiva sugere um possível piso nos preços das ações, o que pode oferecer maior segurança para quem busca posicionamentos estratégicos no setor de mineração.