Na COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, o Brasil defendeu melhorias na estrutura financeira global para viabilizar investimentos em transição verde e o fortalecimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). A país apresentou compromissos e propostas de intensificação do financiamento climático e na transição energética para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
o vice-presidente Geraldo Alckmin, destacou o compromisso do país com a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas. Alckmin anunciou uma meta ambiciosa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005.
Ele reforçou que essa meta faz parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil e que reflete uma visão de futuro, com foco em energias renováveis e na redução da desigualdade. O objetivo é liderar pelo exemplo, promovendo um modelo de desenvolvimento econômico sustentável, disse Alckmin.
O vice-presidente enfatizou ainda a importância de se definir a Nova Meta Quantificada Global de Finanças (NCQG – na sigla em inglês) para financiar ações climáticas e possibilitar que outras NDCs sejam implementadas de forma eficaz.
Minerais Críticos para Transição Justa
O Brasil tem se posicionado como um ator-chave na cadeia global de minerais essenciais para uma transição justa, reforçando seu o papel de protagonista no debate climático com foco em preservação ambiental, desenvolvimento sustentável, respeito aos os direitos das comunidades tradicionais, especialmente em regiões vulneráveis.
Durante painel promovido pela CNI, sobre o tema, Ligia Pinto, VP de Relações Institucionais e Comunicação, da Sigma Lithium, que desempenha um papel importante na transição para energias limpas e de baixo carbono – ao suprir a demanda global por lítio verde, Net Zero, enquanto promove práticas ambientais e socais responsáveis -, apresentou os planos da companhia para triplicar sua capacidade de produção até 2026, para consolidar a liderança do Brasil na indústria do lítio.
A executiva reforçou o compromisso da empresa com a produção de lítio verde e sustentável, essencial para baterias de veículos elétricos. “A produção e processamento da forma que o Brasil está fazendo, de maneira sustentável e dentro de parâmetros e métricas internacionais que nós comprovamos, prova que não existe greenwashing no Brasil. No caso da Sigma, por exemplo, nós conseguimos atingir a meta de carbono zero,” comentou.
Ligia avalia que para a Amazônia ficar de pé, ela precisa ser financiada, com créditos de carbono. “Tem uma legislação vindo para que essa precificação se dê de forma regulada. Então, eu creio que o Brasil e a produção brasileira de minerais críticos estão dando exemplos concretos para o mundo. Temos um papel de liderança verdadeira nesse cenário internacional”, afirmou.
No mercado de óxido de lítio grau bateria, a Sigma Lithium é a única empresa que produz sem barragem de rejeito. “Isso não é trivial”, ponderou a VP da companhia. A Sigma recebeu aporte do Fundo Clima do BNDES para ampliar sua produção de lítio verde porque que o banco enxerga na Sigma, uma forma do Brasil contribuir para a transição energética.
O Brasil também lançou durante a COP 29, a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), destinada a atrair investimentos para projetos sustentáveis e a transição verde, especialmente em infraestrutura e eficiência energética.
O pavilhão brasileiro no evento é um espaço que concentra diversos debates e atividades do governo, estados, municípios, setor privado e sociedade civil. Cerca de 60 atividades destacam ações em eixos da transformação ecológica do país, infraestrutura verde, finanças sustentáveis, transição energética, bioeconomia, economia circular e adensamento tecnológico.