A CBMM e a Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciaram recentemente uma parceria para desenvolver um ônibus elétrico com baterias de nióbio. O objetivo, de acordo com as empresas, é utilizar baterias de recarga ultrarrápida em veículos elétricos da montadora.
Conforme informou a CBMM, o uso do nióbio para esse fim é inédito na indústria automotiva mundial. A ideia é que o metal permita uma operação de carregamento ultrarrápido em menos de 10 minutos. Além disso, proporcionará uma maior durabilidade, vida útil e segurança.
A CBMM tem investido cada vez mais no mercado de baterias. Atualmente a empresa destina 35% dos investimentos em tecnologia para o Programa de Baterias, que conta com 41 projetos em diversos países, como Japão, Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Europa e Brasil.
Nióbio em foco
A empresa também vem estudando novas aplicações do nióbio fora da metalurgia há anos. Em dezembro de 2022, por exemplo, a CBMM anunciou um investimento de US$ 80 milhões para atingir em 2024 a capacidade de produção de 3 mil toneladas por ano de óxido de nióbio para aplicações no segmento de baterias de alta potência.
A empresa usará parte desse investimento na construção de uma nova planta de óxidos de nióbio com capacidade de fornecimento de 2.000 toneladas/ano, material equivalente a 1 GWh de produção de células de baterias de íons de lítio. Essa iniciativa resulta de uma parceria com a empresa Echion Technologies, do Reino Unido. A Echion usará o óxido em sua tecnologia exclusiva chamada XNO®, que utiliza o óxido de nióbio no ânodo das células das baterias, promovendo benefícios como segurança, carregamento ultrarrápido e maior vida útil.
A fabricação das baterias é de responsabilidade dos parceiros. O projeto piloto da CBMM ocupa uma área de mil metros quadrados em Araxá, no Alto Paranaíba, e conta com o trabalho de 20 pessoas. A empresa esclarece que não fabrica baterias em si, mas produtos contendo nióbio com muita tecnologia.
A parceria entre a CBMM e a Volkswagen Caminhões e Ônibus deve apresentar ao mercado brasileiro o resultado dessa iniciativa no primeiro semestre deste ano. De acordo com a CBMM, a expectativa é que o uso das baterias de nióbio contribua para a consolidação da tecnologia de ônibus elétricos no país. Além, aumentará a competitividade da indústria nacional no setor automotivo.