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por Fernando Moreira de Souza
A indústria de mineração está vivendo um momento de transformação. No passado, o marketing se limitava à venda do produto, com um esforço quase exclusivo na mina. No entanto, o cenário atual, com o crescimento da demanda por minerais estratégicos, especialmente para a transição energética, revela uma nova dinâmica no setor. A cadeia de valor passou a ser mais valorizada, e novas possibilidades estão surgindo ao longo de todo o processo, do downstream até a produção final.
Essa é a avaliação de Paulo Castellari, durante painel na Conferência Cadeia de Valor de Minerais Estratégicos para Transição Energética e Descarbonização, organizada pelo BNDES. Castellari falou sobre a importância do grafite como mineral estratégico.
Desafios e Oportunidades no Mercado Global

Um dos maiores desafios é o paradoxo do grafite. Embora o Brasil detenha uma enorme reserva do mineral, representando até 50% dos recursos globais, sua produção ainda é limitada a apenas 5% do total. A situação reflete a necessidade de desenvolvimento em toda a cadeia de valor. O mercado global, que está vivendo um crescimento significativo na demanda por baterias, especialmente para veículos elétricos, exige um aumento na produção de grafite e de outros metais essenciais para a transformação energética. Contudo, a “ evolução da indústria depende de investimentos e incentivos que facilitem a transição para novos modelos de produção e distribuição”, avalia o executivo.
“O Brasil possui um enorme potencial de grafite, com até 50% dos recursos globais concentrados aqui, mas, infelizmente, só produzimos 5%. Se quisermos aproveitar essa oportunidade e transformar nossa posição no mercado global, precisamos repensar a forma como lidamos com a cadeia de valor e garantir que haja incentivos adequados para acelerar esse processo.” Explicou Castellari.
O Papel dos Incentivos na Transformação do Setor
Ele avalia que o modelo de incentivo subsidiado, adotado por diversas nações, como os Estados Unidos e a Europa, é fundamental para alavancar projetos de grande escala e garantir a viabilidade econômica de iniciativas no setor de mineração. Segundo Castellari estima-se que um investimento de US$ 90 milhões em subsídios pode aumentar em até cinco pontos percentuais a viabilidade de um projeto de grafite. “A falta de incentivos adequados no Brasil pode retardar o processo de materialização do potencial local”. Ele acredita ser imperativo que o país adote um modelo de apoio mais robusto para garantir sua competitividade no mercado global.
O Brasil possui grandes oportunidades no setor de grafite, mas o desenvolvimento pleno dessa cadeia de valor depende de uma combinação de esforços internos, como inovação e capacitação, e de um ambiente regulatório que incentive o crescimento rápido e sustentável.
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Parabéns, Castellari