A recente vitória de Donald Trump na corrida presidencial dos Estados Unidospode representar um retrocesso significativo para a agenda climática global. No entanto, essa situação também abre espaço para que nações como o Brasil possam se destacar na transição energética. Essa análise foi feita por Laurence Tubiana, presidente da Fundação Europeia para o Clima e uma das principais idealizadoras do Acordo de Paris, durante sua participação na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, realizada em Belém. Tubiana expressou preocupação com o futuro do Acordo de Paris, lembrando que, durante seu primeiro mandato, Trump decidiu retirar os Estados Unidos do pacto. Apesar de uma redução nas emissões americanas, o país ainda está longe de alcançar as metas estabelecidas para 2030.
A especialista ressaltou a importância de atores não estatais, como universidades e empresas, que continuam a apoiar o acordo e a promover o uso de energias renováveis.
A cidade de Belém será o palco da COP30 em 2025, um evento que celebrará uma década do Acordo de Paris. Tubiana vê essa conferência como uma chance para o Brasil assumir um papel de liderança na agenda de transição energética global, destacando a relevância do multilateralismo. Ela acredita que a COP30, que será focada nas florestas, colocará o Brasil em uma posição de destaque nas discussões climáticas.
Além disso, Tubiana mencionou a COP29, que acontecerá no Azerbaijão, como um evento crucial para esclarecer as posições dos países em um contexto marcado por eventos climáticos extremos. Recentemente, o Brasil e a Europa enfrentaram inundações severas, e o impacto financeiro desses desastres foi estimado em cerca de US$ 500 bilhões no último ano. Essa situação ressalta a urgência de ações efetivas para enfrentar as mudanças climáticas.