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por Fernando Moreira de Souza
A Aura Minerals divulgou seus resultados financeiros e operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2025, encerrado em 31 de março. As informações completas estão disponíveis no site oficial da empresa
www.auraminerals.com e no portal SEDAR+.
No período, a produção consolidada da companhia foi de 60.087 onças equivalentes de ouro (GEO), representando uma retração de 9% em relação ao quarto trimestre de 2024 e de 7% frente ao mesmo período do ano anterior, considerando preços constantes. Com base nos preços atuais, a queda chega a 10% na comparação trimestral e 12% na anual.
Mesmo com esse recuo, a empresa manteve sua projeção de produção anual entre 266.000 e 300.000 GEO. Entre os destaques, está o início das operações da mina Borborema, cuja produção comercial é aguardada para o terceiro trimestre. Embora ainda sem registro de produção no 1T25, a expectativa é que Borborema contribua com 33.000 a 40.000 onças até o fim do ano.
Na mina Aranzazu, foram produzidas 20.456 GEOs — 10% abaixo do 4T24, devido à menor quantidade de minério processado e à parada técnica prolongada. Além disso, a recuperação de cobre foi prejudicada por material com alto teor de argila. Já em relação ao 1T24, a retração foi de 5%.
Em Minosa, a produção atingiu 17.654 GEOs, recuando 9% frente ao trimestre anterior. A variação está relacionada à queda nos teores de minério, conforme o planejamento da mina. Na comparação anual, a redução foi de 8%.
Na unidade Almas, foram produzidas 13.101 GEOs, 21% a menos do que no trimestre anterior. Essa queda era esperada, uma vez que o trimestre concentrou maior movimentação de estéril. Em relação ao 1T24, contudo, houve avanço de 10%, impulsionado pelo melhor desempenho operacional ao longo do segundo semestre do ano passado.
A operação de Apoena (EPP) apresentou crescimento de 25% sobre o 4T24, totalizando 8.876 GEOs, resultado de melhorias nos teores e na recuperação de metal. Comparando com o 1T24, houve recuo de 27%, explicado por teores mais altos naquele período, conforme o plano de lavra.

Indicadores financeiros e desempenho comercial
A receita líquida da Aura somou US$ 161,8 milhões no 1T25, aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2024. Ainda assim, representa uma redução de 6% frente ao 4T24, atribuída a menores volumes de vendas.
Os preços realizados do ouro cresceram 8% em comparação ao último trimestre de 2024, atingindo média de US$ 2.786 por onça, alta de 39% na base anual. Já o cobre foi vendido a uma média de US$ 4,26 por libra, com incrementos de 3% e 11%, respectivamente, nas comparações trimestral e anual.
O EBITDA ajustado foi recorde pelo terceiro trimestre consecutivo, alcançando US$ 81,5 milhões — um salto de 53% em relação ao 1T24. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador chegou a US$ 295,7 milhões.
O custo total sustentado (AISC) ficou em US$ 1.461 por GEO, refletindo aumento frente aos US$ 1.373 registrados no 4T24. Esse avanço foi influenciado pelos maiores custos em Aranzazu e Almas, embora parcialmente compensado por reduções em Minosa e Apoena. Ainda assim, os valores estão em conformidade com a projeção para 2025.
O fluxo de caixa livre recorrente atingiu US$ 27 milhões no trimestre, puxado pelo desempenho positivo do EBITDA, mesmo com o impacto de pagamentos de tributos e aumento temporário no capital de giro.
Borborema: avanço estratégico e sustentabilidade
Até a publicação deste relatório, a fase de ramp-up da mina Borborema seguia dentro do prazo e do orçamento. A planta e a operação mineral estão em funcionamento, com expectativa de alcançar a produção comercial até o terceiro trimestre.
Com uma construção concluída em 19 meses e sem registro de incidentes com afastamento, Borborema é considerada um marco da Aura em eficiência operacional e compromisso com boas práticas ambientais. A mina será a segunda maior produtora de ouro da empresa em 2025 e conta com fundamentos econômicos sólidos, apresentando taxa interna de retorno (TIR) de 41,8% sem alavancagem e 81,4% com alavancagem de 50%, considerando o preço do ouro em US$ 2.600 por onça.
Além do desempenho financeiro, o projeto destaca-se por sua proposta ESG, incorporando fontes de energia limpa e reutilização de águas cinzas do município local, além de estar preparado para potencial expansão futura com a realocação de uma estrada.
Por fim, a dívida líquida consolidada da companhia foi de US$ 271,9 milhões no trimestre, influenciada por investimentos finais em Borborema (US$ 52 milhões), distribuição de dividendos e recompras (US$ 19,5 milhões), pagamento de imposto de renda (US$ 16,9 milhões) e aquisição da Bluestone (US$ 18,5 milhões em caixa, além da incorporação de US$ 19,9 milhões em dívidas). A relação dívida líquida/EBITDA dos últimos 12 meses foi de 0,9x.
Teleconferência de resultados do 1º trimestre de 2025
A empresa realizará uma teleconferência de resultados na terça-feira, 6 de maio de 2025, às 8h (horário do leste dos EUA). Para se inscrever e participar, clique no link abaixo.
Data : 6 de maio de 2025
Time: 9 AM (New York and Toronto) | 10 AM (Brasília)