A operação “Ágata Fronteira Norte”, realizada pelas Forças Armadas em parceria com diversos órgãos, resultou na apreensão e inutilização de mais de R$ 30 milhões em materiais relacionados ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Os números foram divulgados pelo Exército durante uma entrevista coletiva em Boa Vista.
A ação destruiu 19 garimpos ilegais, reduziu em 90% o número de voos clandestinos e distribuiu 23.438 cestas básicas para a população indígena da região. O general Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves afirmou que as forças de segurança estão comprometidas em combater a mineração ilegal e os crimes ambientais na área.
Segundo o general, as ações preventivas e repressivas são essenciais para garantir a normalidade na terra indígena. Ele ressaltou a importância de planejar medidas de curto, médio e longo prazo, visando manter a região livre de crimes ambientais e fornecendo apoio contínuo aos yanomamis.
Garimpo em Terra Indígena
Durante a operação, que contou com a participação do Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Sesai, Funai, Força Nacional e Ministério Público Federal, foram realizados mais de 35 mil km² de sobrevoo. O general Costa Neves destacou que esse esforço aéreo é o segundo maior da história da Força Aérea, ficando atrás apenas da Operação Covid, que durou cerca de dois anos.
Graças a esse esforço aéreo, foram identificadas 70 pistas de pouso clandestinas. Entre os materiais apreendidos estão mais de 42 toneladas de cassiterita, 8.800 litros de combustíveis, 1.742 gramas de ouro e 1.158 gramas de mercúrio. Além disso, foram confiscadas armas, munições e celulares.
O contra-almirante da Marinha Luís Manoel Campos Mello afirmou que as ações estão sufocando os garimpeiros que insistem em permanecer na região. Ele mencionou uma abordagem realizada por uma das patrulhas, na qual um grupo de garimpeiros deixava a área, admitindo que o garimpo estava sufocado em sua logística.
Durante a coletiva, foram apresentadas imagens que mostram as águas dos rios menos turvas devido à redução do garimpo na região. O superintendente do Ibama em Roraima, Diego Milleo Bueno, expressou preocupação com a contaminação da água por mercúrio e informou que será realizado um diagnóstico a partir do segundo semestre para avaliar o nível de contaminação nos rios que atravessam a terra indígena Yanomami.