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Por Ricardo Lima
A St George Mining anunciou um memorando de entendimento com a REAlloys Inc., empresa norte-americana especializada em ligas e metais críticos, para desenvolver e comercializar o projeto de terras raras e nióbio de Araxá, em Minas Gerais. O depósito é considerado o maior da América do Sul e o segundo de maior teor no Ocidente, com 40,6 milhões de toneladas a 4,13% de TREO. A parceria pode garantir um contrato para o fornecimento de até 40% da produção ao mercado norte-americano, que trava uma disputa geopolítica com a China pelo domínio da cadeia de terras raras.
A REAlloys é fornecedora de materiais magnéticos de alto desempenho, como NdFeB e SmCo, para órgãos do governo dos EUA, incluindo o Departamento de Defesa e o Departamento de Energia, além de indústrias dos setores aeroespacial, eletrônico e militar. O acordo estabelece que a empresa realizará testes metalúrgicos com amostras de Araxá, incluindo oxalato de terras raras produzido anteriormente em planta piloto, visando maximizar a recuperação de elementos de alto valor para ímãs permanentes.
O presidente executivo da St George, John Prineas, destacou o impacto da aliança para o futuro do projeto. “Estamos extremamente empolgados em entrar nesta aliança estratégica com a REAlloys, que fortalece enormemente o potencial de desenvolvimento para a oportunidade de terras raras em nosso Projeto Araxá, 100% de propriedade nossa.”
Potencial global de Araxá
O depósito de Araxá já possui mais de 500 interceptos de nióbio com teores acima de 1% Nb₂O₅ e valores que chegam a 8%, além de mineralização de terras raras de até 33% TREO. O recurso mineral atual foi estimado em abril de 2025, mas novos resultados de sondagem indicam forte potencial de expansão, já que apenas 10% da área foi detalhadamente perfurada até o momento. Terras raras são um grupo de 17 elementos químicos da tabela periódica, incluindo escândio, ítrio e os 15 elementos do grupo dos lantanídeos, usados em tecnologias de ponta. Eles são essenciais na produção de ímãs, baterias, eletrônicos, energia renovável e equipamentos militares.
Segundo Prineas, o projeto se destaca por unir escala, qualidade e logística favorável.
“O Projeto Araxá ostenta um recurso de terras raras de rocha dura de classe mundial que é do mesmo estilo de depósito que as duas principais minas de terras raras fora da China – a mina Mt Weld da Lynas Corporation e a Mountain Pass da MP Materials.”
John Prineas – CEO da Saint George
A St George obteve ainda apoio do governo federal por meio do programa MagBras, que busca desenvolver uma cadeia integrada de terras raras e ímãs permanentes no Brasil. Além disso, assinou acordo de cooperação com o governo de Minas Gerais para agilizar licenças ambientais e fortalecer a presença local, contando com equipe especializada no país.