Nos últimos anos, os estudos sismológicos têm se revelado fundamentais na indústria da mineração, desempenhando um papel importante na mitigação de riscos e na promoção de práticas mais seguras.
Os sismólogos estudam os movimentos da Terra, incluindo terremotos e vibrações causadas por atividades humanas, como a mineração. A extração de minerais frequentemente envolve explosões controladas, o que pode desencadear movimentos sísmicos. Portanto, compreender a extensão dessas vibrações e sua potencial influência nas estruturas geológicas é fundamental para a atividade.
De acordo com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), que monitora tremores de terra em todo o Brasil, os equipamentos de sismologia (sismógrafos) são capazes de distinguir sismos são provocados por ação humana e sismos que ocorrem de forma natural.
Sismologia na Mineração
Um dos principais benefícios dos estudos sismológicos na mineração é a capacidade de monitorar eventos sísmicos. Além disso, os estudos sismológicos fornecem dados valiosos para o projeto de estruturas e instalações mineradoras. Compreender a resposta sísmica do subsolo permite o desenvolvimento de infraestruturas mais resilientes, capazes de suportar atividades mineradoras sem comprometer a estabilidade.
Em 2021, após a ocorrência de diversos tremores de terra na região de Jacobina, registrados pela RSBR, a Jacobina Mineração contratou especialistas em sismologia que realizaram trabalhos de campo geológicos e geofísicos, e levantamento de áreas de riscos sísmicos.
O objetivo foi realizar uma avaliação para obter informações sobre o comportamento sísmico de Jacobina, de modo a contribuir para o gerenciamento da exploração mineral, e elaborar um mapa de riscos sísmicos da região.
“Nos últimos anos têm crescido o número de trabalhos sobre ameaça sísmica no Brasil e isso está muito relacionado às próprias empresas de mineração, as mineradoras. Desde os casos de Mariana e Brumadinho tem crescido a procura das empresas para estudos de ameaça sísmica em áreas de barragens, principalmente”, disse o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da USP, integrante da RSBR.