Com o objetivo de combater as atividades ilegais na cadeia produtiva do ouro, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou novas pesquisas no âmbito do projeto “Ouro Brasil”, que dão suporte à rastreabilidade da produção aurífera.
Baseado nesse tema, o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, e a pesquisadora em geociências e coordenadora do projeto Stella Bijos Guimarães visitaram algumas áreas que são (ou foram) garimpos de ouro no município de Normandia, em Roraima, com o objetivo de coletar amostras e realizar análises para compor o banco de dados.
De acordo com Valdir, essa é uma oportunidade para visitar as frentes de trabalho dos projetos em execução na Amazônia Brasileira e aproximar a alta gestão da empresa com a área técnica:
“Foi um momento para a troca de experiências em mapeamento e recursos minerais, além de mostrar aos geólogos residentes a importância do trabalho executado pelo SGB para a geologia do Brasil”.
O diretor comentou ainda que também foi testado um sistema via satélite Starlink, para uso em condições amazônicas e outras áreas, a fim de melhorar a comunicação entre equipes, sendo um equipamento de auxílio essencial à segurança da equipe técnica.
Já Stella destacou que essa nova área de estudo do Projeto Ouro Brasil é muito importante, pois o conhecimento geológico e de recursos minerais do estado de Roraima tem aumentado nos últimos anos, com trabalhos de pesquisa e mapeamento executados pelo SGB. “Incrementar os estudos e análises dos depósitos e ocorrências auríferas naquele estado trará uma contribuição estratégica, visto que este é limítrofe com outros países da América Latina”.
Também participaram da visita os pesquisadores do SGB da Superintendência de Manaus, Tulio Mendes e Leonardo Aguiar.
Projeto Ouro Brasil
O Serviço Geológico do Brasil delimitou 22 províncias auríferas para o ambicioso Projeto Ouro Brasil, destacando quatro áreas-piloto estratégicas para estudos iniciais: Rio Madeira (Rondônia), Sudeste do Tapajós (Pará), oeste de Pernambuco e Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais).
O projeto se desdobra em quatro fases distintas, cada uma desempenhando um papel no entendimento e na exploração do potencial aurífero dessas regiões. A primeira fase compreende a elaboração de um produto abrangente, contendo um banco de dados abastecido com informações sobre ocorrências auríferas, juntamente com um inventário das províncias e distritos auríferos brasileiros.
Na segunda etapa, é conduzido um estudo minucioso da morfologia dos grãos de ouro, coletados em concentrados de bateia. Este esforço culminou na redação de um artigo científico que detalha a metodologia empregada e proporciona uma contribuição valiosa para o corpo de conhecimento existente.
A terceira fase é marcada pela caracterização química do ouro, uma investigação direcionada para determinar a fonte e o nível de erosão dos depósitos auríferos. Este processo resulta na produção de Informes de Recursos Minerais ou artigos científicos que enriquecem a compreensão da geologia aurífera brasileira.
A última etapa engloba a avaliação do potencial mineral, por meio de mapas de favorabilidade, especificamente desenvolvidos para as províncias escolhidas como áreas-piloto. Esses mapas não apenas fornecem uma visualização clara do potencial mineral, mas também orientam decisões estratégicas, relacionadas à exploração sustentável e ao aproveitamento eficiente dos recursos.