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Por Ricardo Lima
São Gonçalo do Rio Abaixo, município, localizado a 87 km da capital mineira e inserido no Colar Metropolitano, dá um passo importante rumo ao futuro ao concretizar um movimento que poucos municípios mineradores no Brasil conseguiram realizar até aqui: trabalhar para transformar uma economia tradicionalmente dependente do minério em um ecossistema diversificado, inovador e sustentável.
Após estruturar importantes políticas públicas, inclusive de desenvolvimento econômico, iniciadas ainda durante a implantação da Mina Brucutu, uma das maiores operações da Vale, o município chega a 2025 com um marco inédito: a assinatura de um memorando de entendimento com Cenibra e Vale para instalação da Bionow, fábrica de biocarbono que representa a primeira iniciativa conjunta das duas gigantes no segmento de alternativas energéticas de baixo carbono.
A unidade, prevista para entrar em operação até o final de 2027, vai produzir biocarbono de alta densidade a partir de eucalipto certificado, um insumo capaz de substituir carvão mineral e gás natural em processos industriais, especialmente na siderurgia. Trata-se de um dos caminhos mais promissores da agenda global de descarbonização e economia verde.

Plano de desenvolvimento
A chegada da Bionow não é resultado de acaso. É efeito direto do planejamento que São Gonçalo do Rio Abaixo desenvolve desde que compreendeu que a mineração, embora fundamental, é finita. Com esse diagnóstico, a Prefeitura estruturou o Prospera+, um programa de desenvolvimento econômico reconhecido nacionalmente por sua capacidade de organizar ferramentas de atração de investimentos, criar condições fiscais favoráveis e preparar mão de obra local para setores emergentes.
O Prospera+ reúne um conjunto de pilares que estruturam a estratégia de desenvolvimento do município, incluindo áreas industriais e infraestrutura logística prontas para receber novas empresas; uma política de incentivos fiscais competitiva e transparente; programas de qualificação profissional alinhados às demandas reais da indústria; estímulo ao empreendedorismo e ao fortalecimento de pequenos negócios; além de ações de governança, licenciamento e segurança jurídica para investidores.
Esse conjunto de medidas vem reposicionando o município como um hub industrial e tecnológico, deixando de ser apenas um território de mineração para se tornar um ambiente de negócios atrativo para novos setores.
Com a chegada da Bionow, o município se posiciona no centro da agenda nacional de descarbonização e reafirma que o planejamento antecipado, a diversificação econômica e a capacidade de articulação institucional podem transformar a realidade de cidades mineradoras, preparando-as não apenas para sobreviver à transição, mas para liderá-la.
“A Bionow coloca São Gonçalo na rota da descarbonização. É uma indústria de alta tecnologia, que acelera a transição sustentável, gera empregos qualificados, traz renda para a região e faz da cidade uma referência em inovação verde”, exalta o prefeito Raimundo Nonato Barcelos “Nozinho”.
Por que São Gonçalo foi escolhido pela Cenibra e pela Vale
A escolha do município para sediar a primeira planta da Bionow envolveu critérios estratégicos que o posicionam como um destino competitivo: localização geográfica favorável a grandes mercados e centros produtores; logística consolidada pela BR-381 e conexões regionais; infraestrutura industrial, reduzindo custos de implantação; ambiente regulatório estável e reconhecido pelo setor produtivo; compromisso municipal com a transição energética e economia verde; proximidade com base florestal certificada da Cenibra, garantindo matéria-prima sustentável; capacidade de articulação do poder público, permitindo agilidade e segurança jurídica. Com isso, São Gonçalo passa a integrar o mapa nacional da inovação em bioenergia, setor prioritário nas estratégias de neutralidade climática de grandes empresas e uma ampla política pública para atração de investimentos.
Impactos
A implantação da Bionow contribuirá para impulsionar uma nova matriz econômica na região, produzindo efeitos que vão muito além da geração de empregos diretos. No âmbito local, o investimento vai contribuir para promover a diversificação da base produtiva e reduzir a dependência da mineração, ampliar a arrecadação municipal, atrair novos fornecedores e empresas satélites, fortalecer o setor de serviços e comércio e estimular a formação técnica e a qualificação profissional da população. Em escala mais ampla, para Minas Gerais e para o Brasil, o projeto representa um avanço na produção nacional de insumos voltados à descarbonização, contribui para a redução de emissões na cadeia siderúrgica, fortalece a bioeconomia como alternativa à matriz fóssil e estabelece um modelo de política pública e desenvolvimento econômico potencialmente replicável em outros municípios mineradores.














