A mineradora Rio Tinto decepcionou investidores e analistas ao anunciar que não conseguirá atingir sua meta de redução de emissões de carbono de 15% até 2025, a menos que utilize compensações de carbono.
Inicialmente, a empresa havia se comprometido a cortar suas emissões de Escopo 1 e Escopo 2 (geradas diretamente por suas operações e indiretamente pelo consumo de energia) até 2030, mas adiou o prazo para 2025 após pressão dos acionistas.
Em uma atualização semestral, a Rio Tinto explicou que não alcançaria sua meta auto-imposta devido ao crescimento das emissões ligado a “planos de produção em evolução” e outros fatores, como cronogramas de engenharia e construção.
Enquanto isso, concorrentes como BHP e Fortescue Metals Group continuam a caminho de atingir suas metas de redução de emissões. O executivo-chefe da Rio Tinto, Jakob Stausholm, já havia expressado arrependimento em relação às metas estabelecidas por seus antecessores, afirmando que atingir os prazos seria difícil e envolveria “escolhas difíceis”.
Desafios da Rio Tinto
As emissões da Rio Tinto são provenientes principalmente do processamento e refino de metais como minério de ferro e alumínio, atividades que requerem altas temperaturas e, muitas vezes, são movidas a carvão. Vale destacar que a mineração contribui com apenas 20% das emissões totais da empresa.
A busca por reduzir as emissões terá um impacto financeiro significativo. A Rio Tinto registrou uma queda de 43% no lucro líquido após impostos do primeiro semestre, que totalizou US$ 5,1 bilhões, comparado a US$ 8,9 bilhões em 2022. A empresa também anunciou um dividendo semestral menor do que o esperado pelo mercado.
O desafio de descarbonização das instalações da empresa requer investimentos significativos, e o novo esquema de crédito de carbono da Austrália também impõe pagamentos crescentes por suas emissões de carbono. A Rio Tinto está enfrentando esses desafios enquanto busca cumprir suas metas ambientais.