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Por Ricardo Lima
O Serviço Geológico do Brasil publicou recentemente o Estudo Geoeconômico do Estado do Rio Grande do Norte (EGE-RN), publicação que destaca o significativo potencial geológico do estado, incluindo ocorrência de bens minerais como calcário, feldspato, ferro, tungstênio, ouro, caulim, areia, argila, água mineral, petróleo, gás natural, turmalina Paraíba e rochas ornamentais. Ao todo, são 66 substâncias minerais cadastradas em mais de 3 mil ocorrências distribuídas por 167 municípios.
O objetivo do estudo é ampliar o conhecimento técnico necessário à gestão dos recursos minerais do estado, assim como indiretamente atrair investimentos e subsidiar políticas públicas. Elaborado no âmbito do Programa Plataforma de Planejamento da Pesquisa e Produção Mineral (P3M), o estudo integra a Série Economia Mineral e contou com parceria da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC/RN).
Produção mineral em expansão
Entre 2010 e 2023, a produção mineral bruta do estado saltou de 1,91 milhão para 5,54 milhões de toneladas. A produção beneficiada acumulada chegou a 35,58 milhões de toneladas, com destaque para substâncias como calcário, feldspato, ferro, caulim, tungstênio e brita. A comercialização de minerais brutos atingiu 4,12 milhões de toneladas no período.
Em agosto de 2024, o estado registrava 4.584 processos minerários ativos, concentrados principalmente nas regiões do Seridó, Alto Oeste e litoral leste, evidenciando a intensificação das atividades de pesquisa e lavra.
Cadeias produtivas e oportunidades de investimento
O estudo mapeou as principais cadeias mineroindustriais em operação, como as de calcário, feldspato, caulim, ferro, rochas ornamentais e turmalina. O segmento do sal marinho é especialmente relevante, com o Rio Grande do Norte responsável por mais de 90% da produção nacional. O estado também lidera a produção de energia eólica onshore no Brasil.
As oportunidades de investimento foram classificadas em três categorias: Maduros: indústria cimenteira, sal marinho, água mineral; Em desenvolvimento: ouro e ferro; e Potenciais: lítio, titânio, nióbio-tântalo, zircônio, bário, berílio e molibdênio
Diretrizes para o futuro da mineração potiguar
Com base na análise técnica e geoeconômica, o SGB propõe diretrizes para a elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Indústria Mineral do RN. As ações incluem mapeamento geológico, infraestrutura, capacitação de mão de obra, sustentabilidade ambiental e fortalecimento das cadeias setoriais.
Maisa Bastos Abram, chefe do Departamento de Recursos Minerais do SGB, ressalta:
“Os estudos geoeconômicos estaduais são fundamentais para identificar os caminhos para o crescimento da mineração, respeitando os limites ambientais e sociais, e promovendo o desenvolvimento regional”.
O relatório completo está disponível gratuitamente na plataforma RIGEO, da Rede de Informações Geocientíficas do SGB. Acesse o estudo aqui.