A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (17) a Operação Buruburu, cumprindo mandados de prisão preventiva e busca e apreensão contra pilotos e mecânicos de aeronaves utilizadas no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. O objetivo é desarticular parte da logística empregada pelos garimpeiros.
Ao todo, mais de 50 policiais executaram 11 mandados de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e 19 mandados com medidas cautelares diversas da prisão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima.
A Justiça também determinou o bloqueio de cerca de R$ 308 milhões dos investigados, que residem em Goiás, Pará, São Paulo e Rio de Janeiro. A PF ressaltou que as investigações tiveram início no começo deste ano.
As investigações apontaram que diversas aeronaves recorrentes em casos de tráfico de drogas e garimpo ilegal eram de propriedade de um mesmo empresário, que possuía mais de 10 processos minerários na Agência Nacional de Mineração.
O grupo investigado é dividido em quatro núcleos: o primeiro responsável pelo financiamento, o segundo por legalizar o minério de áreas irregulares, e o terceiro e quarto formados por pilotos e mecânicos envolvidos no transporte do minério.
O inquérito da polícia revelou que as aeronaves utilizadas no garimpo também estavam associadas a outros crimes, incluindo tráfico de drogas. Alguns dos investigados possuem antecedentes criminais por envolvimento com facções criminosas.
Além dos 33 alvos abordados nesta operação, a PF está investigando o envolvimento de mais 36 suspeitos, totalizando 69 indivíduos sob investigação, entre pilotos, mecânicos e empresários financiadores dos crimes. O nome da operação faz referência à maneira como os indígenas Yanomami se referem às aeronaves.