O mercado brasileiro de joias tem estimativa de 3,59 bilhões de dólares para este ano. E segundo relatório da Brazil Jewelry Market Industry, divulgado pela Mordror Intelligence deverá atingir US$ 5,34 bilhões até 2029, crescendo a uma taxa de crescimento anual composta de 8,31% durante o período. Nesse cenário promissor e competitivo não basta apenas oferecer produtos de alta qualidade. Os consumidores querem saber a procedência do ouro utilizado na fabricação das joias que irão comprar.
A Pandora, por exemplo, anunciou em janeiro deste ano que não trabalhará mais com ouro e prata de mineração. A partir do segundo semestre, toda a produção de joias da marca dinamarquesa utilizará ouro e prata reciclados. O movimento faz parte de uma série de ações da indústria joalheira para reduzir os impactos ambientais e sociais dos processos de extração, comercialização e fabricação.
Durante evento joalheiro em São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, no final de março, que reuniu os principais expoentes da indústria joelheiros do Brasil para compartilhar tendências, técnicas inovadoras e insights de mercado, o empresário Maurício Gaioti apresentou a Joia Bank, que vai atuar no segmento do ouro reciclado no Brasil.
“A Joia Bank foi criada para solucionar a necessidade que as joalherias têm hoje de buscar metal que seja reciclado com menor impacto ambiental, com rastreabilidade, ou seja, uma garantia que de fato seja legalizado. A Joia Bank entrou no mercado, como essa pegada de rastreabilidade e ecologia, se espelhando no mercado americano de second hand, de joias ressignificadas” explica Gaioti.
Gaioti conta como o ouro reciclado oferece uma série de benefícios em comparação a mineração convencional, como redução do impacto ambiental, economia de energia, além de contribuir para diversificar o fornecimento global de ouro, reduzindo a dependência da mineração e criando uma fonte adicional de suprimento.
“Somos um banco de oportunidades, um banco joalheiro, dentro do mercado do ouro e de Joias para poder fornecer aos joalheiros”, disse Gaioti, destacando que grandes marcas, como a Tiffany, Pandora e a Vivara, estão aderindo ao ouro reciclado é que esse movimento vai impulsionar o mercado brasileiro, com esse apelo ecológico, com redução de emissão de carbono, que se dá pela não utilização do ouro de mineração, e a preferência pelo ouro que já está dentro da economia circulando.
Desafios e Oportunidades
Gaioti destaca que o mercado do outro reciclado é promissor e que apesar dos benefícios enfrenta alguns desafios, como a coleta eficiente de materiais contendo ouro e a necessidade de investimento em tecnologias de reciclagem mais avançadas. No entanto, esses desafios também representam oportunidades para inovação e colaboração entre diferentes setores da indústria, governos e organizações não governamentais.
Ele avalia que a reciclagem é uma alternativa para mineração de ouro tradicional, que envolve processos que podem ter impactos ambientais e principalmente inibir a extração ilegal. “Diante dessas preocupações ambientais e da crescente demanda por práticas sustentáveis, o ouro reciclado emerge como uma alternativa promissora na indústria do ouro, desempenhando um papel importante na transição para uma economia mais circular e sustentável,” diz Gaioti.