A Nanonib, uma startup mineira, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), criou uma tecnologia à base de nióbio para produzir fungicidas, bioestimulantes e fertilizantes.
De acordo com a empresa, a solução foi testada em campo e mostrou ser capaz de combater fungos que causam doenças em importantes produtos agrícolas, como a ferrugem da soja, a mancha alvo e a ferrugem do cafeeiro.
Conforme informou o professor do Departamento de Química da UFMG e sócio da Nanonib, Luiz Carlos Oliveira, o objetivo inicial era estudar uma nanopartícula de nióbio para gel clareador dental. Mas com a pandemia de Covid-19, a equipe direcionou a pesquisa para a criação de um sanitizante. Em seguida, para a produção de um fungicida com matéria-prima brasileira e atóxico.
Além de combater fungos, o composto favorece o desenvolvimento das plantas e aumenta a produtividade. O produto ainda não está disponível no mercado. No entanto, várias empresas multinacionais já demonstraram interesse.
Atualmente, o produto está em processo de registro e deve receber a classificação de fungicida para a produção de orgânicos, com preço próximo aos convencionais. A startup continuará a desenvolver estudos para entender melhor o mecanismo de ação dos compostos nas plantas.
Nióbio em fertilizantes
“Conseguimos combater bactérias e vírus e um dos nossos sócios, a Cinthia [de Castro], tem formação em agronomia. Ela nos trouxe a ideia de testar em fungos, uma vez que um dos grandes problemas do agro é o fungo que causa a ferrugem asiática na soja. Pensando em desenvolver um fungicida com matéria-prima brasileira e atóxico, resolvemos testar e deu certo”.
Durante os estudos para avaliar o combate aos fungos, também observou-se que o composto favorece o desenvolvimento das plantas.
“O objetivo inicial do produto era não deixar o fungo crescer e espalhar nas folhas. Mas durante os testes, o produto deixou as folhas mais verdes, o que refletiu na produtividade. Com o composto, na produção da soja, a gente aumentou a produtividade em oito sacas por hectare. No milho e no trigo também foram obtidos resultados positivos. Já no caso do milho, houve incremento de mais 30 sacas/ha e do trigo com cerca 15 sacas/ha. No café ainda estamos sem os resultados concluídos. Mas, aparentemente, vai acontecer também”.